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Metalúrgicos suspendem greve e vão aguardar julgamento do dissídio coletivo

Os trabalhadores metalúrgicos, reunidos em assembleia na manhã desta sexta-feira (22), aprovaram a suspensão da greve deflagrada no dia 17 de dezembro até o julgamento do dissídio coletivo. A medida foi recomendada pelo vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho do Estado (TRT-ES), desembargador Marcello Mancilha, em audiência de conciliação realizada nesta quinta-feira (21).

O Tribunal se comprometeu, junto com o Ministério Público do Trabalho do Estado (MPT-ES), em agilizar o processo de análise do dissídio da categoria.

Entre todas as reivindicações para o processo de dissídio, os metalúrgicos pleiteiam, principalmente, o reajuste salarial de 10,3%, equivalente a inflação (INPC) do período, tíquete-alimentação no valor R$300,00, plano de saúde com custo zero e abono de todos os dias parados.

O Sindicato dos Metalúrgicos do Estado (Sindimetal-ES) lamentou o fato de o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas de Material Elétrico do Estado (Sindifer) ter passado a responsabilidade sobre o acordo coletivo da categoria para o Judiciário.

A greve, que durou 36 dias, foi a mais longa da história da categoria no Estado. Além disso, foi a primeira vez que os trabalhadores viraram o ano de braços cruzados.

Durante as mobilizações, os metalúrgicos sofreram repressão da Polícia Militar, que foi acionada para intimidar os trabalhadores. Além disso, algumas empresas expuseram trabalhadores a situações humilhantes e de risco para que eles furassem a greve da categoria.

Algumas fizeram o transporte dos empregados pelo mar, colocando-os em barcos sem coletes salva-vidas e trabalhadores relataram que tiveram náuseas e enjoos. Outras empresas transportaram os empregados de helicóptero e ainda houve trabalhadores que foram obrigados a passar por buracos feitos no muro da ArcelorMittal Tubarão e transitar por áreas de risco sem o uso de equipamentos de segurança só para fugir dos piquetes realizados nas portarias do Complexo de Tubarão.

Repressão

Apesar de ser um movimento legal, os piquetes dos metalúrgicos foram sido reprimidos pela Polícia Militar. No dia 13 de janeiro foram deslocadas cinco viaturas e mais oito policiais para a portaria da ArcelorMittal Tubarão, na Serra, para impedir que os trabalhadores protestassem.

Já no dia 11, a manifestação foi reprimida em frente à portaria da Vale em Carapina, na Serra. Os policiais militares tentaram romper a manifestação, liberando os acessos à mineradora.

No dia 29 de dezembro o protesto dos metalúrgicos também foi reprimido por policiais à paisana, que chegaram a apontar armas para os trabalhadores. Os três policiais estavam sem identificação e fotografavam os trabalhadores que participavam do protesto. Os metalúrgicos, então, pediram que não fossem fotografados para não sofrerem represália das empresas e os policiais, além de não atenderem ao pedido, sacaram as armas e apontaram em direção aos manifestantes.

Já no dia 30, viaturas do Grupo de Apoio Operacional (GAO) da Polícia Militar foram enviadas para reprimir o protesto dos trabalhadores antes mesmo que começasse. Em frente ao Sindimetal também foram posicionadas viaturas da Polícia Militar com o objetivo de inibir a manifestação dos trabalhadores.

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