Os trabalhadores metalúrgicos, em greve desde o dia 17 de dezembro, realizaram mais um protesto na manhã desta terça-feira (29) em frente à portaria da ArcelorMittal Tubarão. Eles cobram o retorno dos empresários à mesa de negociações com apresentação de proposta que contemple os trabalhadores.
Os metalúrgicos pleiteiam reposição salarial, reajuste de benefícios e melhores condições de trabalho.
Os trabalhadores têm se articulado por conta própria, já que um interdito proibitório impetrado pelo Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Estado (Sindfer-ES) impede que o Sindicato dos Metalúrgicos do Estado (Sindimetal-ES) organize mobilizações de trabalhadores.
A greve foi iniciada na última quinta-feira (17), depois de o Sindimetal tentar, desde outubro, negociar a reposição da inflação do período, que ficou em 10,3%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), e auxílio-alimentação de R$ 300. Os empresários insistem em conceder reajuste abaixo da inflação.
Para a entidade, as empresas se alinharam ao discurso da crise na tentativa de enfraquecer a campanha salarial dos trabalhadores. No entanto, segundo o sindicato, diversas empresas mantiveram a produção e têm condições de conceder a reposição da inflação.
O sindicato também aponta que os metalúrgicos já abriram mão do ganho real, o que representam perdas para a categoria. Por isso, o Sindimetal acredita que os empresários também deveriam ser flexíveis e atender ao pleito da categoria.
Durante o protesto realizado na manhã desta segunda-feira, os trabalhadores foram surpreendidos por policiais à paisana que sacaram armas e ameaçaram os metalúrgicos.
Os três policiais estavam sem identificação e fotografavam os trabalhadores que participavam do protesto. Os metalúrgicos, então, pediram que não fossem fotografados para não sofrerem represália das empresas e os policiais, além de não atenderem ao pedido, sacaram as armas e apontaram em direção aos manifestantes.