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Na apuração parcial, situação já abriu mais de 2 mil votos sobre a chapa de oposição

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública no Estado (Sindiupes) divulgou, nesta segunda-feira (23), o resultado parcial das eleições para a diretoria da entidade para o triênio 2015-2018. A apuração teve início na última sexta-feira (20), pelos votos do interior do Estado. As urnas itinerantes foram enviadas para o Sesc de Guarapari para apuração.

O pleito deste ano teve duas chapas concorrentes: Chapa 1 – A Base Luta, a Base Assume, de oposição, e a Chapa 2 – Sindiupes com Você, pra Você, de situação, formada por diretores da entidade.

Até a tarde desta segunda-feira já haviam sido totalizados 4.850 votos em 46 municípios, com o seguinte quadro, sendo que 3.196 votos foram para a Chapa 2 e 1.175 votos para a Chapa 1, além de 59 nulos, 11 brancos e 409 em separado.

Neste domingo (22), a Chapa 1 decidiu se retirar do processo de apuração dos votos, alegando insegurança no processo. A chapa de oposição registrou em comunicado, que durante todo o processo, a Comissão Eleitoral não cumpriu o regimento eleitoral e o estatuto da entidade, não garantindo urnas, mesários, cédulas e envelopes suficientes e tomando decisões sem garantir a presença de representantes da Chapa 1.

O comunicado acrescenta que a Comissão Eleitoral não prezou pela democracia e pela transparência, prejudicou o direito de voto da categoria, comprometendo a confiança política na entidade.

A apuração dos votos vem sendo feita de maneira descentralizada. Nesta terça-feira (24) serão apurados os votos da Serra; na quarta-feira (25), os de Viana; e quinta-feira (26) serão apurados os votos de Vitória. Já houve a apuração dos votos de Fundão, no sábado (21); no domingo (22) os de Guarapari; e nesta segunda-feira (23), de Vila Velha.

Durante todo o pleito, a Chapa 1 denunciou as irregularidades que estavam ocorrendo. Diversas urnas não chegaram aos locais de votação, sendo que uma das mais importantes, a da Superintendência Regional de Educação (SRE) de Vitória, jamais chegou ao local.

Na tarde de quinta-feira (19), a Polícia Militar precisou intervir para liberar a entrada de um integrante da Chapa 1 no prédio do Sindiupes – já que um cordão de seguranças patrimoniais impediram, durante todo o dia, a entrada de integrantes da chapa de oposição – para negociar a saída de urnas itinerantes. Depois de muita negociação, as urnas foram enviadas, mas não foi a listagem com os aptos a votar.

A Chapa 2, de situação e composta por membros da atual gestão, tem nos quadros membros da corrente Articulação Sindical (ArtSind), que é ligada ao deputado estadual Luiz Carlos Nunes (PT), que se licenciou da presidência da Central Única dos Trabalhadores (CUT) para assumir o mandato deixando na presidência da entidade a vice, Noêmia Simonassi, que também compõe a Chapa 2 do Sindiupes. Atualmente, o Sindiupes é filiado à Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), um braço da CUT.

Observadores apontam que a base da categoria tem ressalvas quanto a Chapa 2, que esteve ausente das lutas em momentos importantes do atual governo Paulo Hartung (PMDB), como o combate ao Escola Viva – que institui o turno único em escolas do ensino médio da rede estadual; ao fechamento de turmas da rede estadual; e a luta dos servidores pela revisão anual dos vencimentos.

Ressaltam, ainda, que é interesse do atual governo manter o sindicato atrelado à administração, como vem acontecendo, uma vez que se a entidade permanecer “às boas” com o governo esvazia, assim, o movimento dos servidores públicos. Caso a Chapa 1 vença a eleição, serão três anos de enfrentamento ao atual governo e a retomada da pauta histórica de reivindicações dos professores.

A chapa de situação tem lastro principalmente entre os aposentados. A atual diretoria, inclusive, é acusada de ter aplicado um golpe na assembleia geral de São Mateus, no norte do Estado, realizada em 2014, que modificou o estatuto da entidade, permitindo a reeleição indefinidamente.

Lutas

A pauta de combate às perdas da categoria foi encabeçada pelos próprios alunos da rede estadual em diversos momentos. Foram os estudantes os primeiros a protestarem contra o Escola Viva e contra o fechamento de turmas. Em São Mateus (norte do Estado), por exemplo, os alunos chegaram a acampar na Superintendência Regional de Educação (SRE) no município em protesto contra o fechamento de turmas em quatro escolas do município. No caso do Escola Viva, o Sindiupes chegou a apresentar certa oposição no primeiro momento de apresentação da proposta, alegando que turno integral no ensino médio não seria prioritário para a educação, mas não apresentou oposição à aprovação do Projeto de Lei Complementar  4/2015 pela Assembleia Legislativa, que instituiu o projeto.

Na questão salarial, a atual direção do Sindiupes não permaneceu no Fórum das Entidades do Serviço Público (Fespes) que promoveu diversas assembleias setoriais e atos públicos cobrando do atual governo a revisão anual dos salários; a definição de uma data-base; o reajuste do auxílio-alimentação; e a negociação permanente com os servidores, respeitando as demandas de cada categoria.

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