A Assembleia Geral Unificada (AGU) dos servidores públicos estaduais, realizada nesta quarta-feira (11), decidiu por dar mais um prazo para que o governo do Estado mude sua posição e conceda os 5,56% de recomposição inflacionária reivindicada pelas diversas categorias do funcionalismo.
No próximo dia 30 de setembro, as entidades representativas realizarão uma nova assembleia e paralisação geral, para decidir os rumos da mobilização, em função das movimentações políticas junto ao Palácio Anchieta até lá.
“A gente espera que o governador [Renato Casagrande-PSB] mude a posição dele. Na nossa avaliação, não existe nenhum impeditivo legal nem financeiro [para a concessão do reajuste]. O único argumento que sobrou é que há uma incerteza na economia nacional e ele está esperando ver o desempenho do país. Mas isso não faz sentido, porque sempre vai haver uma incerteza na economia. Não existe argumento, só a vontade de segurar dinheiro o máximo de tempo possível”, explana o presidente do Sindipúblicos/ES, Tadeu Guerzet.
Nas reuniões tidas com a equipe de Renato Casagrande (PSB), as entidades têm mostrado que essa postura “atrasa a economia do Espírito Santo e prejudica o servidor”. Mantida a negativa do reajuste, prevê o Sindipúblicos, “mais servidores irão pedir exoneração, o que vai gerar ainda mais necessidade de concurso público”, alerta Tadeu.
Cerca de 300 pessoas participaram do ato desta quarta-feira, que teve concentração às 10h da manhã em frente ao Edifício Fábio Ruschi, no centro de vitória, seguindo de passeata até o Palácio Anchieta, na Cidade Alta.
Os manifestantes presentes representaram servidores do Executivo – incluindo autarquias como Incaper, Idaf, Iases e Iema – além da Receita Estadual, Judiciário, Legislativo, Tribunal de Contas e Ministério Público. “Os policiais hoje não puderam ir, mas estão juntos e querem se organizar pra compor com a gente no próximo”, conta o presidente do Sindipúblicos/ES.
Pautas
O reajuste de 5,56% é referente às perdas sofridas pela inflação do período entre abril de 2018 e junho de 2019 e visam estancar a sangria, que já acumula 26,51% de perdas desde 2014, ou seja, “os servidores trabalham 12 meses, mas só recebem nove, já que três a inflação corroeu. E se levarmos em consideração mais cinco meses trabalhados para pagar impostos, o servidor hoje tem quatro meses de salário para arcar com suas despesas”, calculam.
A entidade ressalta que boa parte do custo do reajuste, calculado em R$ 28 milhões mensais, retorna para a economia capixaba por meio do aumento do consumo por parte dos servidores no comércio. Outra parte retorna ao Estado, por meio da alíquota do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado do Espírito Santo (IPAJM), que deve subir para 14%, acompanhando o estabelecido até o momento na reforma da Previdência.
Outras duas pautas centrais são a fixação da data-base e a criação de uma mesa de negociação permanente.