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Petrobras nega exames de Covid-19 e diárias em hotel para isolar trabalhadores

Coordenador do Sindipetro/ES, Valnísio Hoffmann, afirma que o sindicato teve que arcar com os exames e ofereceu as diárias 

O Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo (Sindipetro/ES) solicitou à Petrobras testagem de Covid-19 e hospedagem em hotel para 10 trabalhadores que tiveram contato com colegas que apresentaram sintomas da doença. Entretanto, a estatal negou o pedido feito pela entidade, que, diante da recusa, pagou os testes e se disponibilizou a arcar com as despesas de hotel.

O coordenador-geral do sindicato, Valnisio Hoffmann, relata que dois petroleiros da Plataforma P-58 apresentaram sintomas de Covid-19 na semana passada, sendo isolados junto com um colega que dividia o mesmo camarote com eles, embora não apresentasse os sintomas. Os três também fizeram testes, cujo resultado ainda não saiu. 

“O sindicato solicitou que os 10 petroleiros da P-58 que desembarcaram hoje [terça-feira] também fizessem os testes e fossem isolados em hotel enquanto o resultado dos exames não sai”, explica Hoffmann. O diretor do Sindipetro acredita que a medida é necessária, pois os trabalhadores tiveram contato com o que estão com suspeita de Covid-19.
O sindicato aguarda o resultado dos exames dos 10 trabalhadores, financiados pela entidade. Quanto ao isolamento em hotel, os petroleiros recusaram o auxílio da entidade por terem condições de se isolar em casa. “A recusa da Petrobras é um descaso com a saúde dos trabalhadores. Não houve preocupação com as famílias deles, não foi levado em consideração que, caso estejam infectados, esses petroleiros poderiam levar a doença para sua família”, diz Hoffmann.
O diretor do Sindipetro/ES afirma que se os trabalhadores testarem positivo para Covid-19, o sindicato irá reivindicar que aqueles que permanecem na plataforma desembarquem, sejam testados e, se necessário, isolados.


Casos

Desde o início da pandemia, o Sindipetro/ES tem cobrado da Petrobras medidas de proteção para todos trabalhadores, inclusive os que não são representados pelo sindicato, como fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).

Em abril deste ano, 53 trabalhadores do FPSO capixaba, afretado para a Petrobras pela empresa SBM, testaram positivo para Codiv-19. Na ocasião eles foram encaminhados para um hotel na Grande Vitória para cumprir o isolamento.

Durante a pandemia, a categoria também passou por demissões, como as ocorridas em abril. Na época, segundo o diretor do Sindipetro/ES, Wallace Ouverney, a Cozivip, empresa responsável pela alimentação nas plataformas do Espírito Santo e norte do Rio de Janeiro, em vez de afastar do trabalho as pessoas do grupo de risco, demitiu idosos, diabéticos, hipertensos, entre outros.

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