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Petroleiros no Estado aderem à greve nacional que já mobiliza 15 mil 

Com a adesão de 100% dos empregados e terceirizados da Petrobras no Estado, na Base 61, polo de produção terrestre em São Mateus, cerca de 15 mil petroleiros no País entram no quarto dia de paralisação nesta terça-feira (4), na greve organizada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP). São 28 bases envolvidas, em 12 estados: Espírito Santo, Amazonas, Ceará, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Santa Catarina.  

No Estado, a concentração dos trabalhadores aconteceu ainda na Fazenda Alegre, município de Jaguaré, local de carregamento de carretas de petróleo.  A paralisação, segundo o Sindicato dos Petroleiros, interrompeu parte da produção da unidade de gás, em Cacimbas, Linhares, e se amplia para atingir, nesta quarta-feira (5), unidades da empresa na Grande Vitória.  

Segundo o coordenador-geral do Sindicato dos Petroleiros no Estado (Sindipetro-ES), Valnísio Hoffmann, trabalhadores próprios e terceirizados, estudantes e movimentos sociais bloquearam a sede administrativa da empresa em São Mateus e também a BR 101. Além de marcar a adesão oficial da categoria ao movimento nacional, os atos protestam contra saída da Petrobras de São Mateus. Segundo a entidade, somente na unidade são cerca de 100 trabalhadores próprios que terão de ser transferidos e 400 terceirizados que serão demitidos, aumentando a conta dos desempregados no sistema.

O encolhimento da Petrobras, visando a privatização, ameaça as atividades administrativas da empresa do município. Essa mudança atinge os petroleiros e impacta, diretamente, a economia local e os setores de comércio e serviços. Estima-se que, diretamente, cerca de 800 famílias serão prejudicadas, chegando a duas mil famílias indiretamente.  

A semana teve início com mobilizações e acampamentos em diversas unidades da Petrobras por todo o país. Destaque para ato na sede administrativa da empresa, o edifício-sede no Rio de Janeiro, onde a Comissão de Negociação Permanente da FUP segue desde o fim de sexta-feira (31), cobrando interlocução com a gestão da empresa para suspender as demissões em massa no Paraná e outras medidas unilaterais que descumprem o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).

De acordo o diretor da FUP, Devyd Barcelar, após pressão da sociedade e diversas manifestações de apoio em todo território nacional, a gestão da companhia voltou atrás e permitiu a entrada de comida e bebida para os diretores da Federação e do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Petroquímicas do Paraná (Sindiquímica-PR) que ocupam o prédio – além do próprio Deyvid, integram a Comissão Permanente de Negociação Cibele Vieira, Tadeu Porto, José Genivaldo da Silva e Ademir Jacinto.

Participaram da mobilização no Rio cerca de 200 pessoas, entre elas trabalhadores da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen-PR) e suas famílias, que chegaram no Rio de Janeiro para cobrar – na porta da empresa – resoluções dos seus pleitos, e ainda representantes de movimentos sociais e políticos. 

Durante o ato, seguranças da Petrobras proibiram a entrada de alimentos e água para os representantes da FUP, à revelia da decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que determinou o ato legal durante o final de semana. Os deputados federais Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Glauber Braga (Psol-RJ) também tiveram seu acesso negado. Jandira declarou que irá entrar com ação contra a diretoria da Petrobras, por ter agido de forma inconstitucional.

Reivindicações

“Nosso ato é em luta contra as demissões abusivas, da Petrobras, e em defesa do Acordo Coletivo, que foi aprovado junto com o Tribunal Superior do Trabalho e que a Petrobras insiste em descumprir. Aqui, no Espírito Santo, seguimos firmes e preparados para manter essa greve nacional! Não vamos desistir!”, avisa o Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro-ES).

A FUP reivindica a suspensão imediata do programa de demissões de mil funcionários da Fafen-PR, comunicado pela Petrobras e que, segundo a empresa, será iniciado em 14 de fevereiro. As demissões ferem a cláusula 26 do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), que determina que qualquer demissão em massa deve ser negociada previamente com os sindicatos, o que não ocorreu.

Além disso, os petroleiros querem que a Petrobras estabeleça todos os grupos de trabalho (GTs) determinados no ACT para negociar pontos que não foram consensuais entre a empresa e a categoria. Esses pontos envolvem a tabela de turno dos trabalhadores; o banco de horas; o plano de saúde; e a participação nos lucros e resultados (PLR). Ainda que já tenha aberto alguns GTs, a categoria afirma que a empresa tem tomado decisões por conta própria, sem o devido diálogo com os sindicatos nesses ambientes, como determinado pelo ACT.

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