As denúncias dão conta que as enfermidades são decorrentes das atividades desempenhadas. A carga horária de alguns dos trabalhadores chega a 12 horas, em esforço repetitivo em longas escalas de trabalho.
Outros trabalhadores que também desenvolveram doenças relacionadas à atividade temem procurar o médico do trabalho da empresa, ou até mesmo os médicos do plano de saúde, já que outros portuários que precisaram se afastar foram demitidos no retorno.
Segundo o Suport, os trabalhadores passaram por perícia médica do Instituto Nacional de Previdência Social (INSS), que avaliou que os trabalhadores deveriam se afastar do trabalho para cuidar de sua saúde. No entanto, ao retornarem, mesmo que ainda em tratamento, foram mandados embora dias depois do retorno à empresa.
A entidade ressalta que os demitidos são da área operacional, mas está investigando se o mesmo acontece com trabalhadores da área administrativa e se estes profissionais também evitam procurar os médicos por medo de demissões.
As atividades desempenhadas pelos trabalhadores da área operacional são suscetíveis à ocorrência de doenças relacionadas ao trabalho, por conta do esforço repetitivo por um longo período de tempo. No caso dos operadores de guindaste, eles precisam subir em uma plataforma de 20 metros e olham constantemente para cima e para baixo. Esta atividade pode desenvolver ou agravar um quadro de labirintite, mas o trabalhador também precisa da estrutura da própria empresa para passar por tratamento e se curar da enfermidade. No entanto, com medo de também serem demissões, os trabalhadores relutam em buscar atendimento médico.
O Suport orienta os trabalhadores que foram demitidos que procurem o sindicato para receber orientações jurídicas. Os portuários também devem procurar o Centro Estadual de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest-ES), que fica na BR- 262, Km 0, Ed. Cristiano Tavares Collins, em Jardim América, Cariacica. Neste local os trabalhadores também podem se consultar com médicos do trabalho.
