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Presidente da CUT assume posição de independência em relação a Nunes

Integrantes de movimentos sociais, filiados ao PT e lideranças de outros partidos de esquerda se reuniram no último sábado (16) na Etapa Livre do 5º Congresso Nacional do PT para debater a atual conjuntura do País, o enfrentamento ao conservadorismo crescente; as reformas estruturais que podem unir a esquerda, partidos e movimentos sociais; e as formas de conquistar essas reformas na democracia atual.

A Etapa Livre em Vitória foi mais uma prévia do 5º Congresso nacional do PT, que vai ser realizado de 11 a 13 de junho em Salvador, Bahia. Durante o evento os delegados do partido vão discutir e deliberar sobre a atualização do projeto partidário, os desafios dos novos tempos, a situação nacional e internacional, as perspectivas de avanço do projeto político e a renovação do modelo de organização do PT, além da aprovação de um plano de ação partidária para os próximos anos.

A presidente da Central Única dos Trabalhadores no Estado (CUT-ES), Noêmia Simonassi, esteve no encontro livre. A sindicalista – oriunda do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado (Sindiupes) – foi alçada ao posto automaticamente com o afastamento do então presidente, o deputado estadual Luiz Carlos Nunes (PT), que disputou a venceu a eleição para deputado estadual pelo Partido dos Trabalhadores.

Apesar de ser ligada ao deputado, o mercado já diz que Noêmia já toma uma posição de independência em relação ao antecessor. Embora Noêmia não tenha se afastado de Nunes, ela passa a gerir a entidade de acordo com o pensamento da atual diretoria da CUT.

A central sindical é, inevitavelmente, dominada politicamente e, no Estado, sempre teve influencia direta do deputado Nunes (que presidiu a CUT por três mandatos). Nunes, que é ligado politicamente ao atual secretário de Estado de Desenvolvimento Urbano, João Coser, apoiou a candidatura de Paulo Hartung na disputa ao governo e era considerado um aliado estratégico para o governador. No entanto, em 2015, Coser e Nunes, ao apoiar o governo, assumiram posições políticas que podem se tornar opostas à pauta do partido e, consequentemente, da CUT.

Quando o partido entrou para o atual governo Paulo Hartung houve reação interna. Enquanto João Coser assumiu a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano (Sedurb), a Nunes foi prometida a Secretaria de Trabalho, que seria criada para acomodá-lo. A promessa acabou não sendo cumprida por Hartung, que preferiu se distanciar do PT com a queda vertiginosa de popularidade da presidente Dilma.

As posições das duas lideranças petistas amarradas ao governo, em uma possível reforma do partido, colocaria Coser e Nunes em posição desconfortável em relação às novas diretrizes de luta do PT e da CUT. Nesse cenário, Nunes perderia influência ao tentar trabalhar a pauta da CUT para evitar conflito com o governo, perdendo também espaço e controle sobre as manifestações dos trabalhadores.

O encontro envolveu principalmente correntes ligadas à Articulação de Esquerda e à Construindo um Novo Brasil para discussão ampla da conjuntura política e social atual. Em se tratando de PT, membros ligados à Alternativa Socialista – representada por João Coser – também marcaram presença, além de membros do PCdoB. 

 
 
  

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