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Reestruturação do Banco do Brasil pode gerar impacto em clientes de menor renda

A reestruturação do Banco do Brasil, anunciada pela instituição em novembro deste ano, pode trazer prejuízos para clientes em Vitória, que terão agências transferidas para outros locais que já funcionam com menos bancários. A agência Moscoso, no Parque Moscoso, será fechada em 13 de janeiro de 2017 e os clientes transferidos para a agência Pio XII, no Centro; assim como a agência Rio Branco, que terá carteira de clientes transferida para a agência Praia do Canto. Nos dois casos, uma parte dos clientes também será transferida para agências digitais.

A diretora do Sindicato dos Bancários do Estado (Sindibancários-ES), Goretti Barone, conta que as duas agências que serão fechadas são rentáveis e questiona os critérios adotados para definir que agências seriam fechadas e quais virariam postos de atendimento.

Na agência Moscoso, ela lembra, o volume de negócios é intenso e a unidade atende a uma parcela da população que terá de se deslocar até a Pio XII que também está esvaziando. A agência perdeu dois bancários com a reestruturação. Além disso, a agência Pio XII está em local difícil para estacionamento e para pessoas com dificuldades de locomoção.

A unidade do Parque Moscoso também atende a uma população de renda mais baixa, que fatalmente terá dificuldade em acessar a agência digital, caso a transferência seja feita para esta plataforma. Não houve consulta a usuários sobre essa transferência, que foi feita a toque de caixa e sem transparência. Para Goretti, foi um desrespeito com os clientes e bancários.

Pegos de surpresa

O anúncio da reestruturação do Banco do Brasil pegou a população de surpresa. Ele foi feito no programa Fantástico, da Rede Globo, em 20 de novembro, sem discussão com a categoria e com os clientes. “Foi um desrespeito total, porque nem os clientes nem os trabalhadores foram avisados. As pessoas chegaram na agência e acessaram o sistema quer a gente chama de ARH e muitos não se viram mais lotados na agência, como, por exemplo, nas agências Moscoso e Rio Branco.

Goretti ressalta que foi desesperador e cruel. “As reestruturações de 1992, no governo de Fernando Collor, e de 1995 e 1996, no de Fernando Henrique Cardoso, foram muito cruéis porque as pessoas se indicavam umas às outras ou eram consideradas elegíveis de acordo com o tempo de banco para descomissionamento. No ressarcimento, essa reestruturação foi menos cruel, mas ela foi desrespeitosa, as pessoas estão concorrendo, tem menos comissão do que gente descomissionada”, diz ela.

Na maioria dos casos, dos novos funcionários que entraram no banco depois de 1998, a comissão representa mais de 50% dos rendimentos. O banco criou determinadas funções que representam mais de 50% do valor dos vencimentos. A partir de 1 de fevereiro, uma parte dos funcionários será descomissionada e passará a receber a Verba de Caráter Pessoal  e o sindicato tenta negociar essa verba por um tempo indeterminado, até que esses trabalhadores sejam realocados em comissões.

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