Rodada de negociações entre Vale e sindicatos termina sem avanços

Na última semana foi realizada a segunda rodada de negociação entre a Vale e os sindicatos que representam os trabalhadores. No encontro, em Belo Horizonte, Minas Gerais, estiveram presentes representantes do Sindicato dos Ferroviários do Espírito Santo e Minas Gerais (Sindfer), que representa os trabalhadores do Estado nas mesas de negociação, ao lado do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Extração de Ferro e Metais Básicos (Metabase) Itabira, Metabase Rio, Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias do Maranhão (Stefem-MA) e Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Prospecção, Pesquisa, Extração, Beneficiamento, Operações Portuárias de Movimentação, Estocagem e Embarque de Minérios no Rio de Janeiro (Sindimina-RJ).

 

Das 30 cláusulas da pauta de reivindicações dos trabalhadores, foram discutidas 10, principalmente relacionadas à assistência à saúde dos empregados.

As propostas da Vale representam perda de benefício aos empregados foram recusadas ainda na mesa de negociação. A empresa, que é a maior mineradora do planeta, propôs extinguir os serviços de implantodontia e ortodontia em troca de um abono de R$ 800.

Para o Sindfer, a proposta representa a Reforma Trabalhista, que entrará em vigor em 11 de novembro. No início das negociações s sindicatos garantiram da Vale o compromisso de não fazerem nenhuma alteração no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) à luz da Reforma Trabalhista, o que não ficou representado pela proposição de recuo em direitos.

Os sindicatos também tentaram avanços no auxílio-doença, pronto atendimento, uniformes, vales livro e cultura, reembolso educacional e de despesas médicas, mas não tiveram sucesso. As entidades também não conseguiram que a negociação avançasse em outros pontos da pauta, como o ganho real.

A próxima rodada de negociação entre representantes dos sindicatos e da Vale tem início nesta terça-feira (24) e segue até quarta-feira (25), também em Belo Horizonte. As reivindicações das categorias foram construídas diretamente com os trabalhadores através de pesquisas ou em assembleias, e também sugeridas pelas entidades que fazem parte da mesa de negociações. A expectativa é que a Vale, diante dos recordes de lucro, atenda aos pleitos econômicos e sociais.