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Seguindo o exemplo dos colegas da Sefaz, procuradores do Estado também decidem entregar cargos de chefia

Os procuradores do Estado associados à Associação dos Procuradores do Espírito Santo (Apes) se reuniram nessa terça-feira (30) para deliberar medidas a serem tomadas diante da negativa do governador Paulo Hartung (PMDB) em viabilizar o Fundo da Procuradoria Geral do Estado (PGE), com estimativa de ter R$ 20 milhões em caixa. Para os procuradores, a decisão de inviabilizar o fundo foi a gota d’água na interlocução já desgastada com atual governo.

Os associados decidiram por renunciar aos cargos de chefia imediatamente, assim como fizeram os auditores fiscais da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz). Além disso, também vão apoiar o movimento dos servidores públicos estaduais na luta pelo auxílio-alimentação e pela revisão anual dos vencimentos.

Os procuradores também vão acompanhar as irregularidades cometidas pelo governo Paulo Hartung, que se transformaram num pedido de impeachment protocolado nessa terça-feira (30) na Assembleia pelos representantes de entidades sindicais. A categoria também repudia a atitude do governo em colocar na Secretaria da Fazenda (Sefaz) “chefes comissionados” estranhos ao serviço público para exercer função exclusivas a servidores de carreira.

A atitude dos procuradores se assemelha à dos auditores fiscais, que entregaram os cargos em comissão, inclusive de gerente tributário, regional e de fiscalização fazendária, além dos mandatos de membros das turmas de julgamento, em virtude da inércia do governo em negociar com os servidores.

Em retaliação, o governador enviou para a Assembleia Legislativa o Projeto de Lei Complementar (PLC) 015/2016, que altera a estrutura organizacional da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) permitindo a livre nomeação e exoneração para cargos em comissão, inclusive para os cargos de gerente tributário, regional e de fiscalização fazendária, que só podem ser ocupados por servidores de carreira. A matéria passou na Assembleia com apenas três votos contrários.

A Lei Complementar 832/16, que permite essa nomeação, foi publicada na última quinta-feira (25), no Diário Oficial do Estado, um dia após a aprovação.

A nova lei se traduz na possibilidade do loteamento político desses cargos, tal qual aconteceu na indicação para a chefia da Sefaz, com a nomeação de Paulo Roberto Ferreira para o cargo de secretário, ocorrida em 22 de agosto.

A sanção da lei e a possibilidade de loteamento político e por grupos econômicos dos cargos colocam em risco o sigilo fiscal dos contribuintes. Quando não há sigilo, cria-se um ambiente nocivo para os negócios e abre-se caminho para a sonegação de impostos.

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