A decisão pela paralisação foi tomada em assembleia geral da categoria na ultima quinta-feira (13). A data-base dos trabalhadores foi em maio deste ano, mas diante de um acordo entre as partes foi prorrogada para agosto, já que, segundo a empresa, o cenário econômico-financeiro estaria mais favorável à negociação. Entretanto, na semana passada, os trabalhadores foram surpreendidos com a proposta de reajuste zero ou dissídio coletivo, inclusive com ameaça de demissões caso qualquer ajuste fosse aplicado.
Durante a paralisação, os serviços essenciais serão mantidos e o abastecimento de água será garantido.
Para o Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado (Sindaema), a direção da Cesan manteve a posição intransigente de não dialogar e apresentou como proposta simplesmente a manutenção dos benefícios atuais.
Além disso, os servidores apontaram que a Cesan é conduzida desde 2003 pela administração do atual governo e que o sindicato não concorda em transferir aos servidores os eventuais problemas de gestão.
A empresa tem cinco diretorias indicadas pelo governo. Cada diretor recebe mensalmente R$ 23,7 mil de honorários acrescidos de gratificações. Cada diretor pode indicar dois assessores pessoais. Além dos assessores diretos, a diretoria da Cesan tem a prerrogativa de indicar toda a equipe, composta por 17 gerentes, seis coordenadores, dezenas de chefes divisionais e de pólos no interior do Estado. Para todos esses, a diretoria concedeu reajustes de até 90% nas gratificações, além de aumento acima de R$ 5 mil para alguns assessores ad nutum, que são aqueles de livre exoneração. O Sindaema irá ingressar com uma ação judicial questionando esse aumento que é ilegal.
Além das indicações previstas em lei, foram criados grupos especiais de trabalho que recebem gratificações. Esses pagamentos não têm nenhuma previsão no Plano de Cargos e Remuneração da empresa, prejudicando ainda mais a situação de caixa.