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Servidores do Fisco estadual fazem assembleia geral nesta quarta

Os auditores fiscais e auxiliares fazendários do Estado, em greve desde a última quarta-feira (13), fazem uma assembleia geral extraordinária nesta quarta-feira (20), na sede da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) para discutir os rumos do movimento paredista.

A greve foi deflagrada diante da inércia do governo em atender às reivindicações da categoria, que se arrastam desde 2015. Além da paralisação, houve a entrega de 95% dos cargos comissionados da Receita e a renúncia de mandatos dos membros das turmas de julgamento pelos servidores do Fisco estadual que ocupavam os cargos.

A entrega dos cargos deixou a Receita Estadual “acéfala”, mas a medida se fez necessária diante da ausência de uma política governamental que enfrente a sonegação fiscal.

Entre as reivindicações está a aprovação de uma Lei Orgânica da carreira, conforme prerrogativas constitucionais quanto à essencialidade das suas atividades para o funcionamento do Estado e recursos prioritários para a realização dessas ações; o preenchimento de quadros da Receita, por meio da nomeação dos aprovados no último concurso, já que atualmente há apenas 336 cargos ativos, ante 580 previstos em lei; reestruturação da carreira de auxiliar fazendário; e transparência na divulgação de benefícios fiscais concedidos pelo governo, por meio da restauração do artigo 145 da Constituição Estadual.

A entrega dos cargos de confiança que os auditores ocupavam foi aprovada em protesto contra a falta de atendimento do governo às reivindicações das categorias. Essa entrega, segundo o Sindicato do Pessoal do Grupo de Tributação, Arrecadação e Fiscalização – TAF do Espírito Santo (Sindifiscal-ES) tem impacto direto na governança e na economia e coloca em risco da sustentabilidade do Estado, já que as ações da Receita Estadual ficam comprometidas – entre elas planejamento e fiscalização dos setores econômicos, combate à sonegação e à concorrência desleal e recuperação de créditos tributários – o que repercute diretamente na queda da receita e qualidade da prestação dos demais serviços públicos. No entanto, a falta de transparência e de combate à sonegação fiscal levou à medida.

Os servidores também cobram o restabelecimento do artigo 145 da Constituição do Estado, que foi revogado e tornava transparente a renúncia fiscal que concede benefícios a setores empresários.

Até 2019, o governo vai abrir mão de R$ 4,4 bilhões em receita, o que tende a elevar a carga tributária sobre outros contribuintes como forma de compensar a renúncia, recaindo assim sobre as camadas mais pobres da população.

Além disso, o governo vem promovendo o sucateamento da administração tributária desde 2003, o que favorece a sonegação fiscal, alimentando a concorrência desleal com a prática de “caixa dois”, financiando a corrupção.

Em 15 de junho, os servidores chegaram a suspender outra greve, deflagrada no dia 8 daquele mês, diante de uma liminar judicial determinando a suspensão do movimento paredista.

Na ocasião, os servidores deliberaram pela realização de outras formas de protesto para denunciar a negativa do governo em atender às reivindicações. Uma dessas formas de protesto foi a entrega dos cargos e mandatos de servidores que ocupavam cargos de confiança.

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