Os trabalhadores protocolaram documento na coordenação do Laboratório Central, mas não houve abertura de diálogo
Para apresentar propostas ao Laboratório Central (Lacen) diante da necessidade de medidas de prevenção à Covid-19 no ambiente de trabalho, os servidores protocolaram um documento na coordenação em busca de diálogo. Entretanto, segundo eles, começaram a sofrer assédio moral, com medidas como transferência de setor e pedido de férias já vencidas negado, como reforça a presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde do Espírito Santo (Sindsaúde), Geiza Pinheiro.
“Os trabalhadores denunciam que têm dificuldade de se comunicar com o coordenador [Rodrigo Rodrigues], que ele é inflexível, não permite que nenhum servidor entre na sala dele com celular. Tem que deixar o aparelho em outro lugar”, afirma. Além disso, os servidores ressaltam que, com a chegada da pandemia de Covid-19, nunca houve reunião com a equipe.
A presidente do Sindsaúde aponta que a principal reivindicação é a organização de um fluxograma que reduza a necessidade de deslocamento no ambiente de trabalho, diminuindo, assim, a possibilidade de infecção por Covid-19.
“Um problema, por exemplo, é na chegada da entrega de material para fazer exames. As caixas com o material são colocadas na recepção. Quando a recepção está lotada, acabam indo para outros lugares, o que aumenta a circulação de pessoas para entregar os materiais e para pegá-los dentro do Lacen”, diz Geiza.
Ela diz que somente a distribuição de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como máscaras, não é o suficiente para prevenção à Covid-19, sendo importante o fluxograma.
Os servidores denunciam, ainda, que a coordenação do Lacen oculta para a imprensa informações sobre o real número de infectados no laboratório. Segundo os trabalhadores, das 21 pessoas contaminadas no local, apenas seis são do setor administrativo, e o restante, do corpo técnico. À imprensa, afirmam os trabalhadores, foi informado que a maioria seria do administrativo.
Geiza salienta que o sindicato conversou com o secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes, que se comprometeu a dar um retorno à entidade assim que tivesse acesso ao documento protocolado pelos trabalhadores, mas ainda não entrou em contato. “Não precisava a gente ter que procurar o secretário. É um problema que poderia ser resolvido pela própria coordenação do Lacen, que deveria atender à demanda recebida”, diz a presidente do sindicato.
O Lacen é o laboratório de referência estadual para análises das áreas de vigilância epidemiológica, sanitária e ambiental, vinculado à Secretaria de Estado da Saúde. Nele estão sendo feitos os exames para detectar Covid-19.