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Sindibancários lança campanha contra privatização do Banestes

“Esse banco é da nossa conta”. Esse é o tema da campanha lançada nesta terça-feira (14), no Centro de Vitória, em defesa do Banestes público e estadual. Os bancários lançaram ao céu balões com as cores da bandeira do Espírito Santo (rosa e azul) para marcar a mobilização em todo o Estado contra a privatização do banco. “É preciso a união de todos para garantir a continuidade do Banestes público e estadual”, disse Jonas Freire, coordenador-geral do Sindibancários-ES. 
 
Freire afirmou que o sindicato irá visitar todas as agências do Banestes no Estado e conversar com todos os trabalhadores sobre a ameaça de venda do banco. “O Banestes tem mais de 80 anos de história e é o banco com maior credibilidade financeira do Espírito Santo. E quem constrói essa credibilidade somos nós, trabalhadores”, disse Freire.
 
Como acionista majoritário do Banestes, o governo do Estado fica com 92,37% dos dividendos distribuídos aos acionistas. Em 2016, esse valor chegou a R$ 53,25 milhões, como destacou o bancário Ricardo Gobbi, funcionário do Banestes há 33 anos, que participou do ato. “Antes de ser empregado do banco, sou cidadão capixaba e defendo o Banestes, pois ele é um instrumento fundamental para a política econômica e de desenvolvimento do Espírito Santo”. Ele lembrou que os recursos do banco proporcionam a injeção de recursos na agricultura familiar e em outros segmentos da economia, favorecendo o desenvolvimento do Estado. 
 
O lançamento da campanha em defesa do Banestes público e estadual contou com a participação de representantes de entidades sindicais e de outras organizações dos trabalhadores. “O Banestes e a Cesan são duas empresas coirmãs e, como tais, desempenham um importante papel no Espírito Santo, prestando serviços estratégicos e essenciais para a população capixaba. É inadmissível que o governo do Estado possa querer privatizar tanto o Banestes, um banco que tem uma função social importante para o povo do Espírito Santo, quanto a Cesan, que presta um serviço público essencial. A luta dos bancários do Banestes é a luta dos trabalhadores do saneamento”, destacou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Espírito Santo (Sindaema), Fábio Giori.
 
Lino de Souza, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Sintufes), também declarou apoio à campanha. “Temos que nos unir para defender o Banestes que é patrimônio do povo. Não podemos deixar que nossa riquezas sejam vendidas para os interesses dos governos que visam apenas o lucro. Por isso estamos nessa luta e vamos, juntos, enfrentar o desmonte do patrimônio público promovido pelos atuais governos”.
 
Para a dirigente da Intersindical e do Sindibancários, Rita Lima, a ameaça de privatização do Banestes faz parte de um projeto maior de entrega das empresas públicas brasileiras ao setor privado. “Já estamos com a campanha nacional ‘Se é público é para todos’ em defesa das empresas públicas, pois lutar pela presença do Estado em setores estratégicos é defender o Brasil. 
 
Venda já foi cogitada
 
No começo de 2009, no penúltimo ano do segundo mandato do governador Paulo Hartung, foram iniciadas as negociações para a venda do Banestes para o Banco do Brasil, proposta suspensa em junho daquele ano, após ampla mobilização do Comitê em Defesa do Banestes. 
 
O preço do banco foi estimado na ocasião em aproximadamente R$ 1, 1 bilhão. De 2009 a 2016, a soma do lucro líquido do Banestes representou R$ 1,019 bilhão. Considerando o valor nominal, ou seja, sem a inflação do período, se a venda tivesse sido concretizada em 2009, num prazo de oito anos, o comprador teria recuperado praticamente todo o valor pago pelo Banestes e ainda teria um banco rentável e em crescimento como seu patrimônio. 
 
Com mais de 800 postos de atendimento, o Banestes é o único banco presente nos 78 municípios capixabas, sendo 19 deles atendidos apenas pelo banco estatal. O Banestes tem atualmente 2,5 mil funcionários. 

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