Caso foi registrado em BO e exame de corpo de delito. Categoria protesta contra alterações no plano de saúde
O Sindicato dos Metalúrgicos do Espírito Santo (Sindimetal-ES) denunciou o Estaleiro Jurong, em Aracruz, norte do Estado, por agressão a um trabalhador durante manifestação grevista nessa sexta-feira (18), cometida pela segurança patrimonial. O caso foi registrado em boletim de ocorrência (BO) e comprovado, como aponta a entidade, por meio de exame de corpo de delito.
Juridicamente, o sindicato também está solicitando que a Jurong seja obrigada a garantir o transporte dos trabalhadores para os locais das assembleias que a categoria organiza durante o movimento paredista.
“É inadmissível buscar de forma truculenta coagir o direito do trabalhador, desobedecendo a lei. A segurança que, na verdade, deveria garantir a proteção da empresa e dos companheiros, fez ao contrário e cometeu a agressão contra pai de família que luta por melhores condições”, declarou o diretor do Sindimetal Roberto Pereira.
Segundo a entidade sindical, a agressão ocorreu quando o metalúrgico orientava os demais trabalhadores para descerem do ônibus e se encaminharem para a paralisação. “O Estaleiro Jurong tem uma portaria que está usando somente para a passagem de caminhões pesados da Imetame. Quando o ônibus foi por esta rota, alguns empregados foram fazer o desvio para direcionar para a assembleia dos trabalhadores. Neste momento, aconteceu a agressão”, descreve.
Outra ação irregular da Jurong, complementa o Sindimetal, foi a tentativa de coibir os trabalhadores de participarem do movimento, passando lista de presença como forma de intimidação. “O sindicato vai lutar para que a Jurong seja penalizada por atos violentos e de coação como este”, afirma o diretor.
A greve teve início nessa terça-feira (14), em protesto às alterações feitas pela empresa no funcionamento do plano de saúde. As mudanças, explica o sindicato, desconsideram o que foi estabelecido na Convenção Coletiva de Trabalho firmada em 2022 e não foram discutidas nem com a entidade nem com os próprios metalúrgicos.
“As mudanças têm gerado uma série de problemas para os companheiros e seus familiares que, inclusive, estão tendo que parar tratamentos médicos iniciados, devido ao novo plano demorar em atender ou devido à redução na cartela de médicos conveniados”, ressalta, acrescentando, que, em represália à greve, a Jurong ainda suspendeu o adiantamento do pagamento dos empregados.