O Sindicato dos Trabalhadores em Empresa de Correios, Prestação de Serviços Postais, Telégrafos, Encomendas e Similares do Espírito (Sintect/ES) denuncia o aumento dos casos de Covid-19 entre os trabalhadores. Somente na Grande Vitória, no mês de janeiro, foram registradas 57 infecções, sendo 19 no Centro de Distribuição Domiciliária (CDD) de Jardim da Penha, em Vitória; 13 no de Itacibá, em Cariacica; 13 no de Jacaraípe, na Serra; e 12 no da Prainha, em Vila Velha.
Também foram detectados casos da doença no interior. Na agência de Vila Valério, quatro trabalhadores foram positivados. Na de Ponto Belo, outro município do norte do Estado, esse número é de três pessoas. Na Unidade de Correios (UC) de Castelo, no sul, sete trabalhadores foram infectados.
O presidente do sindicato, Antônio Braga, acredita que a estatal precisa se responsabilizar pelo cumprimento das medidas de proteção, com um protocolo coerente para testes, afastamentos e relatório dos novos casos. Ele também defende que a exigência do certificado de vacinação é fundamental para evitar o aumento de casos confirmados.
“Infelizmente sabemos que a desinformação estimulada pelo Governo Federal levou a uma falsa polêmica sobre as vacinas, mas se hoje podemos ter alguma esperança foi por causa do aumento da vacinação. No Espírito Santo, os Correios só têm exigido comprovante de vacinação de quem tem comorbidade, apenas para que voltem ao trabalho presencial. Isso é incoerente, porque sem vacina o vírus continua circulando e os trabalhadores dos Correios têm contato direto com o público, além de estarem expostos durante o deslocamento”, afirma Braga.
A entidade, de acordo com o dirigente sindical, tem recebido denúncias de que há trabalhadores que nem ao menos tomaram a primeira dose e de que existem também pessoas trabalhando com sintomas gripais e sem utilização de máscara. De acordo com Antônio, o sindicato encaminhou para a empresa ofício reivindicando que fiscalize o cumprimento dos protocolos sanitários.
A entidade critica ainda a dificuldade de se conseguir fazer exame de Covid-19 por meio do plano de saúde fornecido pela estatal, que tem uma rede conveniada com pouca oferta desse tipo de serviço e, quando ele é oferecido, conforme relata Antônio, há muita burocracia para acessá-lo. O sindicato também reivindicou a distribuição de máscaras PFF2 para os trabalhadores, já que as disponibilizadas “são de péssima qualidade”.