Valnísio Hoffmann destaca impactos ambientais o risco de reduzir royalties e postos de trabalho
O Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro-ES) deu início à campanha “Petrobrás Fica no Espírito Santo” por meio das redes sociais e articulação com a classe política capixaba. A iniciativa busca sensibilizar quanto aos impactos sociais, econômicos e ambientais que podem ser causados com a venda dos campos terrestres do norte do Estado, incluindo unidades administrativas, operacionais e o Terminal Norte Capixaba, nos municípios de Jaguaré, Linhares e São Mateus.
A entidade já se reuniu com o governador Renato Casagrande, os senadores Marcos do Val (Podemos) e Fabiano Contarato (Rede), os deputados federais Da Vitória (Cidadania), Ted Conti (PSB) e Helder Salomão (PT), e a estadual Iriny Lopes (PT). Também foi lançado o Comitê de Defesa da Petrobras, com o objetivo de cobrar publicamente de instituições e órgãos governamentais, parlamentares e sociedade civil um posicionamento sobre a permanência da Petrobras no Espírito Santo.
Segundo o presidente do Sindipetro no Espírito Santo, Valnísio Hoffmann, por ser sazonal, a produção de petróleo não resiste muito a crises econômicas. Ele afirma que a Petrobras se dedica a uma gama de atividades, como exploração, produção, distribuição e refino, conseguindo, portanto, suportar crises, o que não acontece com empresas de pequeno e médio porte, que são as que devem comprar as unidades e o Terminal. “Se vem uma crise e a empresa quebra, ela sai do norte do Estado deixando desemprego e desastres ambientais”, alerta.
Destacam-se, ainda, segundo Valnísio, as perdas de postos de trabalho e a precarização dos trabalhadores. “As empresas que comprarem vão querer reduzir postos de trabalho para ter mais lucro, bem como benefícios. É comum entre elas, por exemplo, destinar o plano de saúde somente para o titular, excluindo os dependentes, o que não acontece com a Petrobras”.
Sobre os impactos ambientais, o presidente do Sindipetro acrescenta que, em São Mateus, o lençol freático é próximo ao reservatório de petróleo, portanto, operações sem segurança podem contaminar a água do lençol.