Servidores afirmam não ter resposta do secretário Nésio Fernandes nem do MPT e MPES
O Sindicato dos Servidores da Saúde do Estado (Sindsaúde/ES) ainda não recebeu retorno das denúncias que a entidade fez ao Ministério Público Estadual (MPES) e ao Ministério Público do Trabalho (MPT) na última sexta-feira (20). A entidade requer melhorias nas condições de trabalho dos servidores da área da saúde em meio à crise sanitária do coronavírus. Enquanto isso, trabalhadores continuam exercendo suas atividades sem Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) e idosos e portadores de doenças crônicas ainda não foram dispensados.
A diretora da entidade, Elbia Miguel Alves, afirma que entre os lugares nos quais os trabalhadores não têm acesso a EPI’s estão o Hospital Dório Silva e o Pronto Socorro Milena Gottardi, no Hospital Infantil. Elbia diz que alguns gerentes de hospitais chegam a falar para as pessoas não usarem os equipamentos, pois segundo eles não é necessário. A sindicalista informa também que no Centro Regional de Especialidades (CRE Metropolitano) os médicos foram dispensados, sendo realocados para outros setores, mas os demais servidores não.
O Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos do Estado (Sindipúblicos) também encaminhou denúncia ao MPT sobre a falta de equipamentos de proteção individual aos profissionais de saúde que compõem a sua base de representação. A denúncia foi feita após diversas reclamações de servidores que atuam nos hospitais e estão atendendo suspeitos de coronavírus, mas sem acesso a EPIs básicos, como máscaras e álcool em gel. Os profissionais do Instituto Médico Legal (IML) também denunciaram a falta de proteção, relatando que falta capote, roupa especial para manuseio dos corpos infectados e inadequada ventilação do local.
“O que estamos pedindo não é que o CRE feche as portas para a população, e sim, que os trabalhadores possam fazer uma escala. O profissional da saúde também é ser humano, não tem como olhar diferente na hora do cuidar. Quando a gente chega doente no SUS, somos todos iguais”, destaca Elbia. A diretora do Sindsaúde/ES afirma que vários ofícios foram enviados para o secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes, mas o sindicato ainda não obteve resposta, apesar da urgência que a situação exige.
Quanto à dispensa dos trabalhadores com mais de 60 anos, Elbia afirma que o Estado argumenta que pode faltar contingente de trabalhadores para atender a demanda, já que grande parte deles está nessa faixa etária. “Não adianta colocar essas pessoas para trabalhar por falta de contingente e fazer com que adoeçam ou até morram. Vai faltar contingente do mesmo jeito”, desabafa Elbia.
Nos municípios, segundo a presidente do Sindsaúde, Geiza Pinheiro Quaresma, os Agentes Comunitários de Saúde e de Combate a Endemias estão indo às ruas sem os equipamentos necessários.