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Trabalhadores da Aracruz Celulose ( Fibria) convivem com sujeira em vestiários

Os trabalhadores do setor da ponte rolante e da produção de cavacos da Aracruz Celulose (atual Fibria) convivem com vestiários, banheiros e bebedouros sem condições de uso. Por conta da natureza pesada das atividades desempenhadas, os trabalhadores tomam banho ao final do dia de trabalho e antes de seguirem para casa. No entanto, por falta de condições, muitos deles retornam para casa sujos.

A denúncia é do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Química e de Papel (Sinticel), que acrescenta que a sujeira está por todos os lados, com paredes infestadas de limo e mau cheiro insuportável.

A sujeira a que estes trabalhadores estão expostos é inversamente proporcional aos investimentos bilionários feitos pela Fibria. Apesar disso, além da sujeira dos vestiários, os trabalhadores tiveram diversos outros benefícios cortados.

A empresa corta deste o pão que é servido na marmita dos trabalhadores, até o subsídio ao Centro Comunitário Coqueiral (CCC), que foi implantado no bairro em que moravam os trabalhadores da empresa, como uma das condicionantes para a instalação da empresa em Aracruz (norte do Estado), ainda na década de 1970.

Os investimentos da empresa têm sido feitos fora do Estado e para os trabalhadores de Aracruz sobra o sucateamento e a retirada de direitos. A Fibria anunciou a aprovação de uma nova linha de produção de celulose, em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, com investimento estimado em R$ 7,7 bilhões.

Além disso, a empresa também anunciou que, por conta do projeto de expansão, firmou acordo comercial com a Klabin para a compra de pelo menos 900 mil toneladas anuais de celulose a partir de 2016.

Enquanto isso, em Aracruz, os trabalhadores convivem com a redução dos direitos. O Sinticel aponta diversas retiradas de direitos adquiridos desde 2010, quando a Aracruz Celulose foi fundida com a VCP, do Grupo Votorantim, dando origem à Fibria.

A empresa terceirizou o serviço de bombeiros civis depois de o Sinticel ter conquistado o direito ao adicional de periculosidade aos trabalhadores que exerciam esta função.

No caso dos operadores de ponte rolante, a empresa – na impossibilidade de terceirizar a atividade – passou a impedir a contribuição mensal dos trabalhadores ao Sinticel sob a alegação de que não seria o sindicato representativo da categoria. A decisão foi tomada depois de a entidade ter conseguido para estes trabalhadores o direito ao adicional por insalubridade.

Além da supressão destes direitos, a Fibria transferiu parte do ônus com o plano de saúde e o seguro de vida para os trabalhadores que passaram a ser coparticipantes; reduziu o abono de férias de 40% para 33,33%; eliminou os presentes de Natal e Dia das Crianças; e acabou com a festa que era realizada aos veteranos, extinguindo o quinquênio que era pago neste festejo.

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