Os trabalhadores rejeitaram as propostas da Garoto/Nestlé e continuam firmes na luta pela manutenção de direitos adquiridos e no avanço da Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Em audiência realizada nessa quinta-feira (19), com participação maciça dos trabalhadores, 85% dos presentes disseram não para as duas propostas feitas pela fábrica para os acordos coletivos do triênio 2019-2021.
Em síntese, a multinacional quer eliminar as folgas do Carnaval e reduzir o acréscimo de férias e, no tocante à PLR, não quer aumentar o percentual de participação dos trabalhadores.
“A Garoto fez a Nestlé crescer 7% em 2018 e 3% nesse primeiro trimestre de 2019. Está entre as maiores do grupo no mundo. Mas a empresa não quer resguardar os direitos dos trabalhadores e insiste em cortes e estagnação”, critica a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Alimentação e Afins do Espírito Santo (Sindialimentação), Linda Morais.
Já são quatro meses negociando os dois acordos coletivos: o de PLR e o socioeconômico, período em que cerca de 40 protestos foram organizados pelo sindicato, incluindo o de 16 de agosto, no aniversário de 90 anos da fábrica que é um dos símbolos do Espírito Santo.
Agora, diante do resultado da assembleia, Linda ressalta estar claro que os trabalhadores não aceitam perder direitos devido a uma postura injusta e autoritária da multinacional.
O sindicato já comunicou oficialmente à empresa sobre a rejeição das propostas. “Vamos aguardar se a Nestlé tem a capacidade de negociar ouvindo a pauta dos trabalhadores sem propor cortes”, diz a líder sindicalista.
“Os trabalhadores clamam pra que ela atenda às reivindicações”, afirma a presidente do sindicato. “Os trabalhadores são o retrato da fábrica, e pra que esse retrato seja bonito e alegre, a categoria tem que estar bem financeiramente e se sentindo valorizada”, argumenta, lembrando que o aumento do poder de compra dos trabalhadores da Garoto “é bom pra todo mundo”.
“Mantendo os cortes ela empobrece a categoria e não coloca a roda da economia girar. A Nestle tem que entender que quando se propõe a empobrecer a categoria, penaliza a economia capixaba como um todo”, contextualiza.