sexta-feira, novembro 22, 2024
24.9 C
Vitória
sexta-feira, novembro 22, 2024
sexta-feira, novembro 22, 2024

Leia Também:

‘Trabalhadores se sentem como se estivessem sentados na cadeira da presidência’

Posse de Rita Serrano para a presidência da Caixa foi aprovada pelos trabalhadores no Espírito Santo

A Caixa Econômica Federal completou 162 anos com perspectivas de uma mudança nos rumos que haviam sido dados à empresa nos quatro anos de governo Bolsonaro (PL), conforme afirma o diretor dos Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários do Espírito Santo (Sindibancários/ES), Ronan Teixeira. A possibilidade de “novos ares” e de “uma gestão mais humanizada” é por causa da posse de Rita Serrano como presidente da instituição financeira, ocorrida nessa quinta-feira (12), data de aniversário da Caixa.

“No Espírito Santo os trabalhadores se sentem como se estivessem sentados na cadeira da presidência”, diz o dirigente sindical. A explicação para isso, segundo Ronan, é por causa da trajetória de Rita, que é profissional de carreira com 33 anos de serviços prestados no banco e oriunda do movimento sindical bancário. “É até difícil acreditar que temos na presidência alguém com esse perfil, uma pessoa forjada no sindicalismo, que foi presidente do Sindicato dos Bancários do ABC. É uma identificação de esperança”, afirma.

Ronan relata que, nos bastidores, sabia-se que o primeiro nome sondado para a presidência foi o de Maria Fernanda Ramos Coelho, que presidiu a Caixa no governo da então presidente Dilma Rousseff (PT). Tratava-se de uma boa opção, afirma, mas o de Rita, indicada pela própria Maria Fernanda, era melhor em virtude de sua atuação no movimento sindical e no de defesa das empresas públicas. Embora Maria Fernanda também tenha atuação no movimento sindical, isso se deu na base, e não como dirigente de algum sindicato.
Uma das primeiras iniciativas que os trabalhadores acreditam e esperam que Rita tome é a recriação da Vice-Presidência de Pessoas, extinta durante o governo Bolsonaro por Pedro Guimarães, que presidiu a instituição financeira em uma gestão marcada por escândalos, como os de assédio sexual, e taxada pelo Sindibancários/ES como “de angústia e tristeza”. A função dessa Vice-Presidência passou a ser exercida por meio de um “apêndice” criado na Vice – Presidência de Logística.
Outras mudanças feitas na gestão de Pedro Guimarães, afirma Ronan, devem ser revistas em diálogo com os trabalhadores. Uma delas são as alterações feitas no Plano de Cargos e Salários, que tornou extinta, por exemplo, a função de caixa. Houve também a criação da Gerência de Varejo, que faz exatamente o mesmo trabalho da de Carteira, mas com um salário menor. Além disso, Ronan destaca “ataques frontais ao plano de saúde”, o Saúde Caixa, colocando um teto para a participação do patrocinador, no caso, a Caixa.
O diretor do Sindibancários/ES destaca, ainda, que nos quatro anos de governo Bolsonaro foram apresentados vários projetos de lei que buscavam a privatização da Caixa, mas que foram barrados por meio da atuação parlamentar no Congresso Nacional, com destaque para a da deputada federal Erika Kokay (PT/CE). Ronan também aponta o empenho da própria Rita Serrano como representante do Conselho Administrativo da Caixa.
Assédio Sexual
Sérgio Cardoso

Em julho último, o Sindibancários/ES chegou a fazer um ato no Dia Nacional contra o Assédio nos Bancos, em protesto às denúncias sobre casos na instituição a partir do escândalo envolvendo Pedro Guimarães. A manifestação foi na agência Beira-Mar, no Centro de Vitória, onde funciona a Superintendência Regional da instituição. Durante o protesto, houve entrega de panfleto sobre assédio moral e sexual a que são submetidos os bancários no cotidiano do trabalho, divulgação do canal de denúncias disponibilizado pelo sindicato; e alerta sobre como identificar condutas que caracterizam o crime cometido por superiores hierárquicos.

Ronan afirma que a gestão de Pedro Guimarães, marcada por “tratamento desumano” aos trabalhadores, fez com que, no Espírito Santo, o sindicato percebesse o aumento de licenças médicas para profissionais da Caixa, afetados principalmente por doenças psíquicas.

Mais Lidas