Os servidores que aceitaram gravar os depoimentos disseram que enfrentam dificuldades por conta do salário defasado pago pela administração do município. Eles ressaltaram que são os servidores que sustentam a cidade, mas, em contrapartida, não conseguem sustentar as próprias famílias.
Os trabalhadores questionam como conseguirão chegar ao fim do mês com o salário de pouco mais de R$ 500, por conta dos cortes promovidos pela prefeitura depois da greve.
No vídeo, o servidor Claudecir Sabino dos Anjos, que trabalha há 30 anos na Secretaria Municipal de Obras, relata que tem de sustentar a família com menos de um salário mínimo. “A carne do servidor público é um ovo de galinha”.
Já o servidor Abraão Lawer, que trabalha na Secretaria Municipal de Obras, ressaltou que trabalha há 33 anos na prefeitura e metade da vida atuando na administração municipal para receber um salário de R$ 838.
Os servidores vêm respeitando a decisão judicial, mas, ainda assim, tiveram dias de trabalho descontados.
A situação dos servidores é tão crítica, que muitos deles não conseguem comprar mantimentos por conta dos cortes promovidos pela prefeitura, por isso o Sinfais iniciou uma campanha para arrecadar alimentos não-perecíveis.
O principal ponto reivindicado pelos servidores é a reposição das perdas salariais. Atualmente, pelo menos 400 servidores efetivos do município recebem menos do que um salário mínimo – recebem salário-base de R$ 777.
O índice de reposição reivindicado pelos servidores está em 37,4% e eles também pleiteiam auxílio alimentação no valor de R$ 400 para todos os servidores.
A falta de respostas da prefeitura perdura desde o ano passado, com a prefeitura insistindo que não havia dinheiro em caixa para repor as perdas salariais dos servidores. No entanto, os salários dos secretários aumentaram em 55% e do prefeito e vice-prefeito em 25% somente no mandato de Rodney Miranda (DEM).
A greve foi aprovada pelos servidores presentes à assembleia realizada no dia 22 de março, por unanimidade. As entidades que compõem a frente sindical produziram um site que vai divulgar as ações para os dias de paralisação.
A Frente Sindical dos Servidores de Vila Velha é composta pelo (Sinfais), pelo Sindicato dos Enfermeiros do Estado (Sindifenfermeiros), Sindicato dos Farmacêuticos do Estado (Sinfes), Sindicato dos Odontologistas do Estado (Sinodonto-ES), Sindicato dos Psicólogos do Estado (Sindpsi), Sindicato dos Técnicos em Higiene Bucal do Estado (Sindsaudebucal), Sindicato dos Servidores das Guardas Civis Municipais e dos Agentes Municipais de Trânsito do Estado (Sigmates), Sindicato dos Nutricionistas do Estado (Sindinutri) e Sindicato dos Técnicos e Auxiliares de Enfermagem do Estado (Sitaen).