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Área de influência

Codesa foi considerada loteamento de indicações políticas da senadora Rose de Freitas durantes anos

Codesa

A operação da Polícia Federal (PF) para investigar contratos da Companhia Docas no Espírito Santo (Codesa) com indícios de corrupção e que colocou entre os alvos a senadora Rose de Freitas (MDB), se refere a um período em que ela foi considerada principal influência política no órgão federal, com amplo loteamento de cargos, como por muitas vezes divulgados nesta coluna. Em 2017, esse número chegava a pelo menos dez, com nomes repetidos, que apenas se alternavam entre as cadeiras no decorrer dos anos. Um dos destaques era seu irmão Edward D. Freitas, então coordenador de Serviços Gerais, preso nesta quarta-feira (12). Outro familiar era o primo de Rose, Ricardo Saiter Mota, ex-coordenador de Tecnologia de Informação, também preso temporariamente, e que hoje trabalhava no gabinete da senadora, como assessor parlamentar. Rose sempre tentou reduzir publicamente o alcance desse poder na Codesa, mas até internamente, constantemente circulava uma lista dos cargos comissionados atribuídos a ela na estrutura portuária capixaba. Até ex-presidentes chegaram a entrar na cota, como Luis Claudio Santana Montenegro, Graciano Ulisses Merlo e Clovis Lascosque, além do ex-deputado estadual Roberto Carlos (PT), que foi diretor de Administração e Finanças. A operação da PF considera o período entre 2015 e 2018. Rose só perdeu espaço na Codesa com a eleição do presidente Jair Bolsonaro, quando o comando mudou e, junto, vieram as exonerações. Já pavimentando um caminho para se manter com mandato após a disputa de 2022, e de volta à presidência do MDB no Estado, a “bomba política” da operação da PF, amplamente divulgada local e nacionalmente, impõe difíceis obstáculos à senadora. Instransponíveis? O tempo dirá.

Área de influência II
Outros nomes da época que apareciam na chamada “lista de Rose” eram Joana Brotas, assessora do ex-diretor-presidente; Francisco de Assis Portela Milfont, coordenador de Gestão Empresarial; Rodrigo Borges, secretário do diretor de Operações; Guilherme Magalhães; diretor de Infraestrutura e Operações; e Peterson Vieira Correa e Giulliano Pires Tavaes, secretários de Diretor.

Final
Se todos perduraram nos cargos até o fim, não se tem certeza. Mas o irmão e o primo, investigados pela PF, sim, foram exonerados em março de 2019.

À frente
O atual diretor-presidente da Codesa, como se sabe, é Julio Castiglioni. Ele entrou no lugar de Luis Claudio Santana Montenegro, que ficou no cargo por três anos, a maior parte, porém, do período investigado pela PF.

Liderança
A situação exposta nesta terça também é mais um problema a recair sobre o MDB, que vem de anos de turbulência e brigas internas, o que exigiu até intervenção da Nacional. Filiada novamente à sua antiga legenda, após ameaça de expulsão do Podemos, Rose já aparecia como liderança que assumiria o protagonismo do processo eleitoral. Tudo que ninguém precisava, agora, era de um desgaste político desse.

Bomba
A meta do MDB, urgente, é reestruturar o partido para recuperar os espaços perdidos na disputa de 2022 e afastar de vez a fase ruim. Veremos.

Projetos
A senadora vem sinalizando se candidatar à reeleição, mas, nos bastidores, há quem a considere um nome para a Câmara Federal.

Acirrada
A empreitada ao Senado já seria dura, considerando as movimentações de atores políticos do Estado, para apenas uma vaga. O impacto da operação na imagem de Rose ainda é uma incógnita, mas tende a piorar o cenário.

Mal das pernas
A parlamentar, lembrando, vem de derrota feia ao governo em 2018, quando bateu o pé para disputar pelo MDB, não conseguiu, e migrou para o Podemos, mas os planos deram errado. Acabou em quarto lugar, com apenas 5,45% dos votos, atrás do palanque do PT, que nunca teve mandato, Jackeline Rocha, que fez 7,38%. O governador Renato Casagrande ganhou com 55,49% e Carlos Manato (ex-PSL) obteve 22,7%.

Nas redes
“Hoje [terça-feira, 11] estive com o governador Renato Casagrande para uma conversa sobre a conjuntura do Espírito Santo e também da cidade de Vitória”. Karla Coser, vereadora de Vitória pelo PT.

FALE COM A COUNA: [email protected]

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