A reunião da Corregedoria da Assembleia Legislativa marcada para esta sexta-feira (21) sobre o processo de quebra de decoro do deputado estadual Capitão Assumção (PSL) deixa algumas questões no ar. Depois de muita protelação e corporativismo dos colegas de plenário no ano passado, apesar do caso configurar incitação ao crime (Assumção ofereceu R$ 10 mil do próprio bolso a quem matasse o assassino de uma jovem), chama atenção que a apuração venha à tona, primeiro, na véspera de um feriadão, segundo, no final de uma semana polêmica, de muitos embates entre base e oposição, incluindo aí o próprio Assumção e o relator do processo na Corregedoria, Euclério Sampaio (DEM). Até outro dia, tanto o corregedor, Hudson Leal (Republicanos), como Euclério estavam mais interessados em protelar a investigação do que qualquer outra coisa, tanto que estava adormecida desde setembro. Mas com as eleições municipais já tomando conta do plenário, o desenrolar – se de fato ocorrer como anunciado – pode ser sintomático. Euclério foi o responsável por derrubar duas sessões da Assembleia nesta semana, uma delas com apenas 12 minutos, o que foi apontado como manobra da base para evitar desgastes ao governo devido aos últimos acontecimentos na área da Segurança Pública. Assumção foi o primeiro a chiar e Euclério reagiu, ligando as investidas da oposição a interesses eleitoreiros. Fim da operação-abafa ou só “jogo de cena” mesmo? Essa eu quero ver…
Dobrou o valor
Esta semana, aliás, em um desses momentos de ânimos exaltados em plenário, Assumção respondeu a uma provocação de Enivaldo dos Anjos (PSD) dizendo que dobrou o valor da recompensa, agora R$ 20 mil.
Nem aí
Nesse tempo todo, o deputado jamais amenizou o tom do discurso, pelo contrário, reiterou diversas vezes a oferta, sem falar em outros comportamentos tão polêmicos quanto, alvos de críticas e repúdio da sociedade civil organizada.
A ver navios
Derrotado nas eleições de 2018 e com o MDB em baixa, o ex-deputado federal Lelo Coimbra (MDB) encontrou no amigo Osmar Terra sua boia de salvação e passou a ocupar o posto número dois da Cidadania já no início de 2019. Salário gordo, entregas, articulações, Lelo estava “na boa”. Mas durou pouco…
A ver navios II
Nesta quinta-feira (20), foi confirmada sua exoneração, já esperada após mudança no Ministério, agora comandado por Onyx Lorenzoni. Sem nova acomodação no governo Bolsonaro, sobraram pra Lelo as aporrinhações do MDB, que começou a brigar internamente no ano passado e nunca mais parou. Contra o grupo dele, o ex-deputado federal Marcelino Fraga e o deputado estadual José Esmeraldo.
Fim da linha
Por falar nisso, o mercado político espalha, por WhatsApp, os atos de exonerações de dois sobrinhos de Lelo que atuavam no Procon-ES. Bruno Pimentel Coimbra, que era agente de serviço técnico, e Laila Freitas Coimbra, assessora especial II. Resultado das reiteradas acusações, pelo ex-deputado, de interferência do governo Renato Casagrande na disputa interna do MDB em favor de Marcelino.
Fim da linha II
Lá atrás, quando do pedido de intervenção da Nacional do MDB capixaba, Casagrande deixou passar, agora, sem chance. Também…Lelo foi mexer logo no ponto que não desce na goela do governador, o rompimento com Paulo Hartung. O assunto foi tema de entrevista no jornal A Gazeta.
Desfiliação
A deputada federal Lauriete está, enfim, próxima de resolver sua situação partidária, que se arrasta há tempos. O pedido que fez ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pra sair do PL, sem perder o mandato, deve ser julgado no próximo mês de março. O relator é o ministro Sérgio Banhos.
Desfiliação II
Lauriete, como se sabe, ficou sem espaço no partido devido às investidas do seu ex-marido e ex-senador Magno Malta, o “dono” do PL no Estado. Ela reclama de alijamento das atividades partidárias e “clima de notória perseguição”. O que é, no mínimo, uma contradição, já que Lauriete representa, hoje, o único quadro de peso e com mandato do PL capixaba.
Desfiliação III
Liberada pela Justiça Eleitoral, a deputada poderá intensificar as articulações para disputa deste ano, já como caminho para 2022. Ela pretendia fazer isso como presidente estadual do PL, mas foi vetada pela Nacional. De olho no peso de sua cadeira, estão várias legendas. Lauriete não mostra as cartas, mas certamente já escolheu seu próximo abrigo. A conferir!
Vitrine
O prefeito Luciano Rezende (Cidadania) costuma circular, todos os anos, por alguns blocos de rua (os mais famosos) no Carnaval do Centro de Vitória, ao lado da mulher Marina. Em ano de eleição, aparecerá também seu sucessor e correligionário, deputado estadual Fabrício Gandini? Apostas abertas…
Vitrine II
Mesma pergunta se aplica a potenciais nomes à Câmara de Vereadores e à prefeitura de outros partidos, também em campo para erguer seus palanques. Uma passadinha, muitos sorrisos e apertos de mão. Vai que cola…
PENSAMENTO:
“Onde há alturas, há grandes precipícios”. Sêneca