Nomeação de irmão da ex-senadora Rose de Freitas no governo, como esperado, vira munição da oposição
O governo do Estado, como esperado, começa a ser pressionado contra a parede pela recente nomeação do irmão da ex-senadora Rose de Freitas (MDB) em cargo comissionado na Casa Civil. A oposição aproveitou a deixa, na sessão desta segunda-feira (3) da Assembleia Legislativa, para tentar, mais uma vez, ligar a gestão estadual a casos de corrupção, como tanto foi feito na última legislatura e campanha eleitoral. O discurso foi feito por Lucas Polese (PL), explorando a operação da Polícia Federal (PF) que resultou na prisão de Edward Dickinson de Freitas, em 2021, e que teve novo desdobramento em janeiro deste ano. Ele foi acusado de integrar uma suposta organização criminosa que atuava na antiga Companhia Docas do Estado (Codesa), onde era coordenador de Serviços Gerais. A investigação ainda não teve desfecho, muito menos foi esquecida. Polese usou, para atingir a gestão estadual, frases como “roubo de dinheiro público”, “botou os ratos no governo”, “fazer a limpa nos cofres” e “veio direto da cadeia”. Também voltou em episódios envolvendo ex-secretários de Casagrande. A conta paga agora vem na esteira da aliança feita com Rose de Freitas. A ex-senadora fez concessões como acabar com o que ainda restava do MDB e impedir uma candidatura ao governo – do ex-filiado Guerino Zanon (PSD) – para integrar o palanque do governador à reeleição. Foi derrotada pelo bolsonarista Magno Malta (PL) e parecia meio sumida do mercado, sem marcar também futuros políticos. Mas, como se vê, segue na ativa! Medida de risco, tiro no pé ou sem abalos políticos para Casão? Veremos nas próximas cenas…
Respingos
A Codesa, como já tratado aqui algumas vezes, foi por anos área de loteamento político de Rose, com Edward sempre presente. O caso tem repercussão nacional. Ou seja, ainda pode espalhar respingos.
Interlocutor
Na Casa Civil, como divulgado aqui na semana passada, Edward atua como assessor especial, sob comando do secretário Davi Diniz, responsável pela articulação política do governo, exatamente com a Assembleia.
Mexida
Por falar em acomodações, o ex-secretário de Estado de Justiça e defensor público Marcello Paiva de Mello, que exerceu o cargo na gestão passada, recebeu nova cadeira: corregedor-geral. O ato foi publicado no Diário Oficial desta segunda.
Conta alta
A Câmara de Vitória, ao contrário do governo, parece correr de qualquer assunto espinhoso. É o que indica até agora o processo envolvendo Armandinho Fontoura (Podemos), preso desde dezembro de 2022, investigado por atos antidemocráticos, como aponta ação do Supremo Tribunal Federal (STF). Aposta dos bastidores, hoje, é de que a cassação vem.
Espaço
O deputado federal Victor Linhalis foi escalado à função de vice-líder do novo bloco partidário formado na Câmara. Reúne o seu partido, Podemos, o MDB, PSD, Republicanos e PSC, somando 142 parlamentares, o maior da Casa.
Fora
O líder do grupo, Fábio Macedo (Podemos-MA), declarou ao jornal O Globo, nesta segunda, que 70% dos parlamentares do blocão são governistas e vão integrar a base do presidente Lula. Não é o caso dos integrantes da bancada capixaba, que representa uma tímida parcela desse bolo, com apenas quatro deputados.
Fora II
Gilson Daniel (Podemos) é bolsonarista declarado e foi um dos aliados de Casagrande a fazer campanha de voto casado nele e no ex-presidente da República. Mesmo comportamento teve Dr. Victor. Já o Republicanos, de Amaro Neto e Messias Donato, está afastado da gestão petista e, por aqui, tem feito movimentos pró-Bolsonaro, protagonizados por Erick Musso.
Só muda o endereço
Luciano Paiva (sem partido), prefeito de Ibatiba, agora é oficialmente o presidente da Associação dos Municípios do Estado (Amunes), no lugar de Victor Coelho (PSB), de Cachoeiro de Itapemirim. O biênio teve início nesta segunda e seguirá até 2025. Aliadíssimo de Casagrande, o terreno se mantém demarcado, com efeitos na disputa de 2024.
“O Novo Ensino Médio, criado atendendo a interesses da elite empresarial, não correspondeu às necessidades educativas da nossa juventude. Será preciso um grande debate, envolvendo defensores da educação pública, para que se promova as mudanças necessárias e tenhamos um novo ensino médio que atendas os anseios dos estudantes e dos trabalhadores e trabalhadoras da educação que têm compromisso com a escola pública de qualidade”. Helder Salomão, deputado federal pelo PT.
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