Prefeito Max Filho e nove vereadores na mira do funcionalismo público em Vila Velha
Em plena pandemia da Covid-19, que provoca insegurança e medo em todos os setores de trabalho, a aprovação da Reforma da Previdência pela Câmara de Vila Velha, assunto já polêmico em outras épocas, caiu como uma bomba extra na cabeça dos servidores municipais. Apesar das críticas e pedidos de debate aprofundado do Sinfais, sindicato representativo, a proposta do prefeito Max Filho (PSDB) foi acatada por nove vereadores, aumentando a contribuição de 11 para 14% a todo o funcionalismo (ativos, aposentados e pensionistas), seja do baixo ou alto escalão. Com o resultado da votação, tanto Max como os votos favoráveis à reforma já têm seus nomes circulando nas redes sociais, com a marca de “traidores do servidor e do povo”. Na Câmara, estão nesse bolo o presidente Ivan Carlini (DEM), Adeilson Horti (PSD), Dona Arlete (PSC), Osvaldo Maturano (PSDB), PM Chico (PP), Patrícia Crizanto (PSB), Reginaldo Almeida (PSC), Rogério Cardoso (DEM) e Valdir do Restaurante (DEM). O prefeito e os vereadores alegam que tinham prazo para aprovar a proposta, o Sinfais rebate e afirma que este só vence no final de julho, tanto que outros municípios da região metropolitana, como a capital Vitória, Serra e Cariacica, ainda não trataram a questão. O fato é que a corda esticou logo em ano de eleição, e um assunto sério tratado com pressa e na hora errada, sabe como é: vira munição contrária e tiro no próprio pé.
Bomba previdenciária II
A articulação pela aprovação nessa quarta-feira (29), porém, não teve folga. O placar foi apertado, com oito votos contrários. Estes também já estão nas redes, mas com selo de “favoráveis ao servidor e ao povo”: Arnaldinho Borgo, Bruno Lorenzuti e Anadelson Pereira, do Podemos; Ricardo Chiabai (Cidadania); Heliossandro Matos e Tia Nilma, do PDT; Zé do Renascer (PSD) e Mirim Montebeller (PSL).
Atropelos
O presidente do Sinfais, Ricardo Aguilar, critica a prefeitura pela falta de estudos e dados técnicos. E, ainda, por ignorar proposta dos servidores de alíquota progressiva – de 7,5 a 22% – proporcional aos salários. Quem recebe menos, contribui com menos. Quem está no topo da pirâmide, com mais.
Atropelos II
Justíssimo, mas não foi o que aconteceu, também, na reforma do governo estadual aprovada na Assembleia. Assim com o Sinfais, o Sindipúblicos (servidores estaduais) apontou a medida, na ocasião, como manobra para beneficiar a elite do funcionalismo – magistrados, promotores, conselheiros do Tribunal de Contas…
Minoria
No Estado, 34 municípios estão na mesma situação de Vila Velha, por possuírem Regime Próprio de Previdência Social (RPPS). Informações da Associação dos Municípios do Estado (Amunes) indicam que, até março, pouco antes do início do isolamento social, sancionaram as leis Cachoeiro de Itapemirim, Santa Maria de Jetibá, São Gabriel da Palha e Viana. Estão com projetos nas câmaras Vila Velha (agora a um passo da sanção), Cariacica e Guaçuí, e outros 27 ainda elaboram projetos de lei.
Palanques
A votação de alguns prós e contras, para além do tema, reflete a disputa pela prefeitura deste ano. Max é candidato à reeleição e tem dois adversários declarados na Câmara, Arnaldinho Borgo (Podemos), que assumiu o título de oposição ferrenha, e Ricardo Chiabai (Cidadania).
A ver navios
A propósito, a convocação de Arnaldinho aprovada na Câmara para ouvir a cúpula de meio ambiente sobre o licenciamento da construção de novos quiosques na orla de Itapuã e Itaparica, “fez água”. Ninguém compareceu nessa quarta-feira. As justificativas foram apresentadas em ofício pelo prefeito, relacionadas à pandemia da Covid-19.
Alvo
Mais um deputado estadual que se declara do bloco dos “independentes” abre fogo contra Renato Casagrande. Carlos Von (Podemos), que nem é de muito de disparos em plenário, tem feito sucessivas publicações nas redes sociais para criticar contratos firmados pelo Estado e chegou a protocolar ação judicial contra um deles, as obras do estádio Kleber Andrade, em Cariacica, no valor de R$ 6,9 milhões.
Alvo II
Chamando a gestão de Casagrande de “desgoverno”, Von o acusa de se aproveitar do Estado de Calamidade para firmar contratações de “valores duvidosos, diariamente, sem licitação”. Usa termos ainda como imoral, ilegítimo, ilegal e irresponsável, além de citar compras também atacadas pelo colega de plenário Capitão Assumção (Patri) que, cada vez mais, só pensa no governador.
Até quando?
A Câmara de Vitória parece que acordou e voltou a realizar sessões virtuais para votação de projetos. Por enquanto, fico no parece mesmo. Afinal, o legislativo municipal já tinha iniciado essa modalidade e depois retrocedeu, convocando sessões presenciais, que foram tipo desastrosas.
PENSAMENTO:
“O esquecimento mata as injúrias. A vingança multiplica-as”. Benjamin Franklin