Articulações em Cachoeiro são testes de forças políticas: Victor Coelho (Casagrande); Diego Libardi (Ferração) e Jonas Nogueira (Manato e Magno)
A permanecer o atual cenário das movimentações eleitorais à prefeitura em Cachoeiro de Itapemirim, na região sul, estarão em teste quatro blocos de forças políticas consolidadas o Estado: o governador Renato Casagrande, o deputado estadual Theodorico Ferraço (DEM) e o ex-deputado federal Carlos Manato junto com o ex-senador Magno Malta (PL). A presença de cada um será por meio dos palanques já anunciados do atual prefeito Victor Coelho, do partido do governador; do ex-superintendente do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Diego Libardi, o nome vendido por Theodorico como “o novo”; e do vice-prefeito Jonas Nogueira (PL), rompido com Victor e alinhado primeiro a Manato e, depois a Magno, após migrar para o PL. No primeiro caso, Casagrande já faz esforços para reeleger o prefeito, o adversário a ser batido. Se por um lado conta com as duas máquinas, precisa superar o obstáculo da pandemia do conoravírus, que, dependendo do desfecho, pode se tornar mais uma inimiga até o pleito de novembro. Já Ferração, convocado à disputa, resolveu apresentar o presidente do DEM em Cachoeiro, apostando no discurso de renovação. Advogado que já atuou em causas da deputada federal e mulher de Theodorico, Norma Ayub, que preside a legenda estadual, Diego foi indicação dela para o cargo no Ibama, de onde saiu no início de junho para pavimentar a candidatura. Tem se apresentado ao eleitorado nas redes sociais, no projeto chamado “Cachoeiro Pode+”, que une DEM e PP. O vice-prefeito Jonas Nogueira, por sua vez, saiu do PP para o PSL, atrás de Manato, que acabou deixando a legenda para fundar a Aliança pelo Brasil do presidente Jair Bolsonaro. O ex-deputado federal teria articulado com Magno a filiação de nomes que ficaram “à deriva” diante da proximidade do novo PSL com Casagrande, o que jogou por terra, também, o palanque até então erguido por Jonas. Recebido pelo ex-senador, conversa com o PSC, e mira, como todo o “time Bolsonaro”, nas gestões socialistas de Cachoeiro e estadual, para minar o ex-aliado Victor Coelho. A guerra promete.
‘Briga’ boa II
E ainda há mais gente em campo, como a vereadora Renata Fiório (PSD), ligada à Igreja Católica; a candidata do PT, professora Joana D’Ark Caetano, ex-secretária da gestão de Carlos Casteglione, prefeito por duas vezes e que está na campanha da correligionária; e a advogada e militante Fayda Belo (PP), que disputou a Câmara dos Deputados em 2018, se coloca como pré-candidata, mas assinou com Diego Libardi uma nota de aliança e já aparece em ações junto com ele.
Embate
No ano passado, Theodorico Ferraço, prefeito por quatro gestões em Cachoeiro, chegou até a cogitar conversar com o PSB para a disputa municipal, mas não vingou. Agora, pelo contrário, depois de muito tempo sumido no plenário da Assembleia, tem dado várias cutucadas em Casagrande. A última delas, mais incisiva, cobrando “honestidade” e “justiça” sobre a ajuda do governo Bolsonaro ao Estado na pandemia.
Embate II
O discurso se alinha ao que tem sido repetido por Carlos Manato e a deputada federal Soraya (PSL), dando o tom nacional das eleições municipais, e pelo próprio ex-senador Magno Malta, que apesar de preterido do governo Bolsonaro após ser anunciado como vice e ministro do governo federal, permanece alimentando “mil amores” ao presidente. Magno, como se sabe, terá nas disputas municipais o primeiro termômetro do que restou do seu alcance político no Estado, após a derrota de virada em 2018.
Não surpreenderia
Aliás, nesse troca-troca louco de ministros, não sei como o ex-senador, até agora, não foi resgatado por Bolsonaro para voltar aos seus braços, oficial e definitivamente. Seria a cara um do outro.
Pois é…
Por falar no presidente, Casagrande desejou em publicação nas redes sociais, nesta terça-feira, que ele “reaja bem aos sintomas da Covid”, e reforçou “o distanciamento/isolamento social e uso de máscara são as formas mais eficientes de barrar o contágio”.
Nem aí
Assim como tratado aqui na última quinta-feira (2), está decretada a crise entre a Assembleia e o Tribunal de Justiça. Há um mês sem atender ao pleito dos deputados por uma reunião sobre a unificação de comarcas, o desembargador Ronaldo Gonçalves de Sousa foi citado em discurso fervoroso do deputado Enivaldo dos Anjos (PSD) nesta terça, com apoio do presidente da Casa, Erick Musso (Republicanos). “Deu um tapa na cara do legislativo”, disse Enivaldo.
Piorou
A insatisfação em relação ao presidente do TJES, que já vinha sido levantada nas sessões virtuais, ganhou novos contornos após a decisão do desembargador Jorge Henrique Valle dos Santos contra o projeto aprovado e promulgado pela Assembleia de redução das mensalidades escolares. Além de dizer que a decisão é uma “aberração” e deveria passar pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Enivaldo reclamou que a Assembleia não foi ouvida, o que demonstra “afronta” e desinteresse do Tribunal na harmonia entre os poderes.
Reações
A polêmica, tudo indica, terá novos e intensos capítulos. Enivaldo avisou que irá representar contra o magistrado no STF e solicitou à Procuradoria da Assembleia que faça o mesmo.
Ué…
Só não deu pra entender Theodorico Ferraço…está há dias cobrando a reunião no plenário, assinou documentos, mas na hora do vamos ver, do confronto, falou de outro assunto. E olha que Enivaldo ainda jogou a bola pra ele, só faltava finalizar.
PENSAMENTO:
“O homem é uma corda esticada entre o animal e o super-homem, uma corda por cima do abismo”. Friedrich Nietzsche