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Cacos eleitorais

Expectativa do PT: “fator Lula” e recuperar prefeituras. Realidade: pior que 2020

Divulgação

Com um desempenho pífio nas eleições municipais de 2020, ainda no Governo Bolsonaro, o PT veio para a disputa deste ano com a obrigação de recuperar espaços, contando para isso com um reboque nada desprezível: o presidente Lula. Conseguiu, porém, resultado ainda pior nas majoritárias: não elegeu nenhum prefeito nas 18 cidades onde disputou, ou melhor, não ficou nem perto disso, e, na Grande Vitória, sequer chegou ao segundo turno, principalmente com o deputado estadual e ex-prefeito João Coser, que era um dos palanques prioritários da Nacional. O mesmo aconteceu em Cariacica, com Célia Tavares, que foi “engolida” pelo prefeito Euclério Sampaio (MDB) – 88,4% a 9% – em cenário oposto ao registrado no pleito passado. Em Vila Velha, Serra e Guarapari, também na região metropolitana, os resultados do partido foram mínimos. Veja bem: João Batista Babá somou 2,59% ou 6,3 mil votos; Roberto Carlos, 3% ou 7,5 mil; e Oylas Pereira 1,27% ou 889 votos. Em outro polo importante, Cachoeiro de Itapemirim, no sul do Estado, o ex-prefeito Carlos Casteglione se manteve no mesmo patamar inexpressivo: recebeu 3,46% dos votos, o equivalente a 3,5 mil. Em mais sete municípios do interior, os candidatos do PT ficaram na mesma faixa nas urnas. O único nome mais competitivo foi Varly Lima, em Mantenópilis, que alcançou 31,75%, mesmo assim, distante do prefeito eleito, Doutor Lucio (PSDB), com 60%. O fracasso dos números deixa, mais uma vez, as perguntas: afinal, como – e quando – o PT capixaba pretende se reinventar, abrir campo para novas lideranças, e sair dessa prolongada e amarga ressaca eleitoral? Já são três eleições municipais – em 2016, só fez um prefeito – e contando…

Perdeu fôlego

Coser saiu da eleição desse domingo (6) com 15,64% dos votos, muito atrás do seu principal adversário, o prefeito reeleito, Lorenzo Pazolini (Republicanos), que bateu 56,22%, e também abaixo do desempenho que teve na mesma disputa em 2020. Os votos petistas representaram, dessa vez, 29,3 mil eleitores, e estacionaram já na metade da campanha. Era o nome da polarização, mas “patinou”.

Perdeu fôlego II

No pleito passado, o petista passou pelo primeiro turno com 21,49% e 37,3 mil. Na segunda fase da disputa, alcançou 41,50% (72,6 mil) – Pazolini foi eleito com 58,5% (102,4 mil).

Nem somando…

O terceiro candidato, nesse caso, era o deputado estadual Fabrício Gandini, na época no Cidadania e hoje PSD, que atingiu a marca de 21,12%, próximo a Coser, somando votos suficientes para o segundo turno. Na disputa deste ano, Gandini foi preterido para a candidatura de Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB), que também foi mal, com 12,46% (23,3 mil).

Nem somando II…

No resumo, dois ex-prefeitos, com marcas próprias de gestão, não tiveram votos suficientes para impedir que Pazolini liquidasse de uma vez a fatura nesse domingo. E olha que tinha mais gente no páreo: Capitão Assumção (PL), que fechou com 9,55%; Camila Valadão (Psol), com 5,74%; e Du (Avante), com 0,42%.

Fatia pequena

Os resultados do PT em municípios do interior que saíram do “mínimo do mínimo”, foram: Vaval, em Mimoso do Sul, com 15,42%, mas muito distante do eleito, Peter Costa (Republicanos), com 84,5%; e Eleandro, em Pedro Canário, com 14,17%, também longe de Kleison Rezende (PSB), com 80,7%.

Fatia pequena II

Em Pancas, Walacy Basilio recebeu 8% dos votos e ficou em último entre os quatro concorrentes. Venceu a eleição Guima (PP), com 41,7%, pouco à frente de Claudio Eggert (PSB), com 40,5%. Em São Mateus, Zenilza Pauli recebeu 7,68% – levou a disputa Marcus da Cozivip (Podemos), com 43,59%, em votação apertada contra Carlinhos Lyrio (Republicanos), que chegou a 41,58%.

Fim da fila

Já os que se mantiveram na faixa mais baixa, são: Zé Valdeci, em Barra de São Francisco, com 2,26%; Zé Maria do Sindicato, em Brejetuba, com 3,7%; Edmundo Norberto, em Conceição da Barra, com 3,3%; Hugo Durães, em Iconha, com 2,21%; Franscisco Santiago, em Jaguaré, com 2,85%; Reginaldo Penha, em Marechal Floriano, com 2,17%; e Ricardo Nery do PT, em Piúma, com 1,59%

Vale lembrar…

O PT tinha 19 palanques municipais, mas em Linhares, polo do norte do Estado, insistiu, insistiu na candidatura do ex-deputado Zé Carlos Elias, inelegível, e o resultado: precisou arranjar uma solução de última hora e lançou Galego, que desistiu. O partido ficou alheio à disputa.

Sozinho

Este ano, como já analisado aqui na coluna, também se repetiu a dificuldade do PT em formar alianças. Do bolo de candidatos, 13 contaram apenas com os partidos da Federação Brasil da Esperança, que são o PV e o PCdoB.

Então…

E quem o PV e o PCdoB elegeram às prefeituras este ano? Também ninguém!

Nas redes

“Reconheço a vitória do candidato eleito. Esse é um movimento que faz parte do processo democrático. Peço a Deus que ele possa fazer uma gestão para aqueles que mais precisam, inclusive incorporando as boas propostas que surgiram nesse processo. Agradeço o carinho, o apoio e os votos recebidos. Meu amor por Vitória é incondicional e por ela vou continuar trabalhando”. Coser, após o resultado das eleições.

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