A poucos dias do segundo turno, movimento “40 cá, 22 lá” mobiliza mais peças no Estado. Renzo Vasconcelos, Marcos Garcia e o próprio Casagrande
Movimento iniciado por aliados logo após o primeiro turno, para manter a dianteira de votos de Renato Casagrande (PSB) em relação ao seu adversário, Carlos Manato (PL), o “40 cá, 22 lá”, em referência aos votos casados no governador e no presidente Jair Bolsonaro (PL), move mais peças nesta reta final de campanha. Depois do deputado estadual Renzo Vasconcelos (PSC), que gravou vídeo nessa segunda-feira (24) em defesa da dupla, espalhado pela equipe de Casagrande, e ainda fez uma série de publicações nas redes sociais nesta quarta (26), tudo em tom verde e amarelo, foi a vez do também deputado Marcos Garcia (PP) se posicionar no mesmo sentido. Nos discursos, em comum, o argumento de que Casagrande realiza obras importantes para o Espírito Santo e “é o melhor para a população capixaba”. O próprio governador, que vinha defendendo a separação das duas disputas e que ideologias devem ser mantidas à parte, também ampliou as investidas. Já aparece em ação de campanha, pelo interior do Estado, em que exalta, publicamente, essa combinação. Citando uma eleitora, ele disse nesta semana: “O primeiro voto é 40, e ela vai votar no 22 no segundo voto. É 40 e 22! Você escolhe o presidente que achar melhor, mas você vota no 40, que é o melhor governador para esse Estado”. Embora o PSB esteja coligado com o PT, de Lula, a estratégia de Casagrande tem razões pertinentes. Bolsonaro ganhou novamente no Espírito Santo e ele chegou na frente de Manato, com quase 9% de diferença. Precisa manter o campo presidencial em aberto e impedir que o palanque adversário “nade de braçada” nos votos “22 cá e 22 lá”, o que é fácil de pegar e coloca em risco sua reeleição. O resultado disso tudo, veremos logo, logo, nas urnas!
‘X’ da questão
Além do teste de transferência de votos de Bolsonaro para Manato, outra questão à espera de desfecho, neste segundo turno, é entender as migrações dos eleitores dos candidatos derrotados, Guerino Zanon (PSD) e Audifax Barcelos (sem partido), que aderiram ao palanque da oposição. Quem votou em Audifax, vota em Manato? No caso de Guerino, parece mais simples.
Posições
Vale lembrar que Guerino fez toda sua campanha com discurso bolsonarista e em defesa do presidente, a ponto de até entrar em choque com Manato. Já Audifax se manteve distante da disputa presidencial, sem manifestar apoio e na mesma tentativa de Casagrande, de descolar as duas disputas.
No jogo
Voltando às novas adesões do movimento “40 cá e 22 lá”, Marcos Garcia foi mais resumido, destacando obras em andamentos do governo Casagrande para os municípios. Renzo Vasconcelos foi além e preparou um amplo material para defender sua posição e o próprio Casagrande.
No jogo II
Entre as frases, que “todo mundo tem sua ideologia, mas acima disso, está o que é melhor para o Brasil e para o Espírito Santo”; que Casagrande faz uma “gestão responsável” e “avançou em áreas fundamentais, como saúde e obras de infraestrutura, e em ações para fortalecer a vida do homem do campo”; que é “sério e competente”; e que “mais que votar com raiva ou preso em rótulos, é preciso votar com consciência”.
Alcance
Renzo recebeu 82,2 mil votos à Câmara Federal este ano e, embora não tenha garantido a cadeira, demonstrou capilaridade eleitoral, principalmente no norte e noroeste do Estado. Marcos Garcia tentou o mesmo cargo, mas também não levou: obteve 26,7 mil votos. O primeiro tem reduto eleitoral em Colatina, o outro, em Linhares.
Time
Outros protagonistas dessa iniciativa citados aqui, seja pedindo claramente voto casado ou para separar a eleição do governo da Presidência, são os prefeitos de Cariacica, Euclério Sampaio (União); da Serra, Sérgio Vidigal (PDT); de Barra de São Francisco, Enivaldo dos Anjos (PSD); e de Vila Velha Arnaldinho Borgo (Podemos). E ainda outros filiados do Podemos, como os deputados federais eleitos Gilson Daniel e Victor Linhalis, e o suplente na chapa, Coronel Alexandre Ramalho.
Mantra
Por falar em Arnaldinho, ele segue empenhado na campanha de Casagrande. Nesta quarta-feira (26), foi o anfitrião de reunião com o empresariado e o governador, para consolidar apoios. Além de repetir o que tem dito nessas ações, de que “Vila Velha é o maior canteiro de obras do Estado”, apontando o valor de R$ 2 bilhões, o prefeito também adotou a mesma máxima de que: “as pessoas não estão olhando currículo, e sim ideologia”.
Enquanto isso…
Mais uma vez, na falta do presidente, Manato desfilou, nesta quarta-feira, com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), pelas ruas de Vila Velha, junto com o senador eleito Magno Malta (PL), o vereador de Vitória Gilvan da Federal (PL), eleito à Câmara Federal, e o Tenente Assis (PTB), derrotado ao mesmo cargo.
Nada, não…
No mesmo dia, compôs, na Fucape, a frente de aliados ao lado do ministro da Economia, Paulo Guedes. O evento foi realizado pelo candidato derrotado ao governo e já anunciado como “Ariguedes” da gestão de Manato – Arildemo Teixeira (Novo) e Guedes -, e contou ainda com o deputado federal reeleito, Evair de Melo (PP). Mas, dizem eles, tinha nada de política, não…
Nas redes
“O atual governo atacou as universidades federais em 2 frentes: os cortes no seu orçamento e as intervenções na autonomia da gestão. Dia 30 estaremos não só escolhendo o próximo presidente, mas o futuro da educação superior no Brasil”. Ethel Maciel, epidemiologista e professora da Ufes.
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