Segundo turno da disputa ao governo veio com tudo: tropa de Manato rebate na Assembleia e…tome mais acusações!
No início de mais uma semana do segundo turno eleitoral, uma única certeza: as campanhas já deixaram para trás, de vez, o clima ameno, partindo para embates cada vez mais diretos. Do lado do governador Renato Casagrande (PSB), que vinha quase num mundo fantástico, enquanto o País se acabava em polarização, ainda rende a acusação puxada pelo deputado federal Felipe Rigoni (União), que tenta associar o adversário, Carlos Manato (PL), com a Scuderie Le Cocq, grupo de extermínio que atuou no Espírito Santo e considerado o braço armado do crime organizado. A acusação circulou amplamente pelas redes sociais nos últimos dias, com mais um capítulo nesta segunda-feira (10), quando a campanha de Casagrande divulgou vídeo do antropólogo e cientista político Luiz Eduardo Soares, especialista em segurança pública e autor do livro que resultou no filme Tropa de Elite, se dizendo “horrorizado” ao saber que Manato foi membro do grupo por três anos, além de alertar para “ameaças às instituições capixabas”. Na oposição, a reação, que vinha mais concentrada em Manato, também se ampliou. O assunto foi levado por bolsonaristas ao plenário da Assembleia Legislativa, com novas acusações. Capitão Assumção (PL) exibiu vídeo citando a supervisora geral do coronel Alexandre Quintino (PDT), aliado de Casagrande, de “espalhar fake news”, em um grupo chamado “Vamos que vamos”. Mostrou até o salário da servidora e avisou que levou o caso às polícias Federal e Civil. Danilo Bahiense (PL) seguiu a entoada, ao citar os longos anos que atuou como delegado, sem ver, como ressaltou, o nome de Manato nos crimes da Scuderie Le Cocq. Para completar, ainda apresentou um atestado de antecedentes criminais do candidato. E assim o tema foi rodando com Carlos Von (DC), Torino Marques (PTB)…ou seja, daqui até o dia 30, “o bicho pega”!
Atrás do restante
Manato, na tentativa de alcançar o eleitor que votou em Bolsonaro e em Casagrande, investe alto agora em emplacar seu nome como candidato do presidente. Nas ruas, ele repete “Manato é 22, Bolsonaro é 22”, e aliados já começaram a enfatizar, sempre ao citá-lo, que ele é o candidato do presidente e do senador eleito, Magno Malta (PL). Bolsonaro obteve 52,2% no Estado. Já Manato, 38,8%. Tem essa gordurinha aí para tentar alcançar…
Atrás do restante II
Outra estratégia que ficou evidente na Assembleia, nesta segunda, foi apontar Manato o tempo todo como médico. Acho que nunca se ouviu tanto essa palavra nos discursos.
Atrás do restante III
Magno também gravou mais um vídeo para campanha de Manato, ao lado do filho de Bolsonaro, o deputado federal reeleito, Eduardo Bolsonaro (SP). Em sua fala, rebateu o movimento de aliados de Casagrande que tentam “vender” o voto casado no 22 e 40. O presidente também já apareceu em alguns materiais de campanha, recentemente.
Distâncias gritantes
Por falar nos deputados estaduais bolsonaristas, que sempre fazem discursos semelhantes e de oposição a Casagrande, as votações deste ano revelaram discrepâncias. Enquanto Assumção foi o segundo mais votado, com 98,6 mil, e Bahiense veio na onda, com 24,9 mil, Carlos Von (DC) só atingiu 9 mil, perdendo a reeleição, e Torino Marques (PTB) menos ainda: 6,6 mil, com um detalhe a mais, tentou voo mais alto, à Câmara Federal.
‘AriGuedes’
Nessa guerra do segundo turno, Manato resolveu antecipar a divulgação de seu secretariado, caso saia vitorioso das urnas. O primeiro, anunciado nesta segunda, é o empresário Aridelmo Teixeira (Novo), derrotado na disputa com votação inexpressiva, 0,76%. O ex-deputado federal lançou o apelido “AriGuedes”, em mais uma estratégia de colar sua imagem no governo Bolsonaro.
‘AriGuedes’ II
A referência, como se vê, é ao ministro da Economia, Paulo Guedes. Arildemo ocuparia a secretaria estadual da Fazenda. Diz Manato que, “juntos, eles vão tornar o Estado competitivo e menos desigual”. Há controvérsias, hein!?
Apoios
Além da mudança de tom na campanha, Casagrande se concentra em divulgar a maior quantidade de aliados possíveis neste segundo turno. Vídeos de prefeitos, sindicatos, segmentos…e, agora, do ex-prefeito de Vitória Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB).
Sempre assim
Fim das eleições, muitos perfis de políticos do Estado nas redes sociais começam novamente a “definhar” e já estão abandonados. É impressionante como a maioria, até hoje, não sabe fazer bom uso da ferramenta.
Nas redes
“(…) Realizamos, junto com as centrais sindicais do Espírito Santo, um encontro dos trabalhadores com Casagrande e Lula. São eles os candidatos que defendem os direitos dos trabalhadores e a nossa democracia (…). Ex-prefeito João Coser, deputado estadual eleito pelo PT, ativo nas articulações pela reeleição do governador.
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