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Capital eleitoral

Sem Roberto Martins e Luiz Paulo, deputado Sergio Majeski pode apoiar Mazinho em Vitória

Leonardo Sá

Desde o ano passado um nome em potencial para a eleição à prefeitura de Vitória e interessado pessoalmente na disputa, mas preterido pelo próprio partido, o PSB, o deputado estadual Sergio Majeski, sem dúvida, tem voto e aceitação do eleitorado para investir este ano. Mas em qual palanque? A pergunta, que já era importante no cenário municipal, vem à tona após as articulações pré e pós-convenções partidárias, que resultaram, primeiro, no recuo do vereador Roberto Martins (Rede), se aliando ao vice-prefeito Sérgio Sá, com quem Majeski disputou internamente – entre aspas – o direito de ser o candidato do partido do governador Renato Casagrande, e, depois, na situação complicada envolvendo o ex-prefeito Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB), com a confirmação da chapa da vereadora Neuzinha de Oliveira, cujo pedido de registro já foi enviado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Descartados os planos A (candidatura própria), B (Martins) e C (Luiz Paulo), Majeski afirma que iniciou conversas com o vereador Mazinho dos Anjos (PSD), que podem resultar no seu apoio oficial. Com críticas ao quadro eleitoral instalado na Capital, que considera ausente de projetos para a cidade e concentrado em disputas de poder, o deputado não vê outra possibilidade de parceria. Os dois se encontraram meses atrás, voltaram a conversar na semana passada, e o diálogo terá prosseguimento para que Majeski conheça detalhes das propostas do vereador. Consolidada, de fato, a presença dele no palanque, Mazinho contará com um cabo eleitoral de peso, campeão da disputa à Assembleia Legislativa em 2018, e com um capital eleitoral de 47 mil votos, sendo a maior fatia do bolo, 15,8 mil, em Vitória. Um reforço e tanto para o projeto do vereador em primeiro mandato, ainda novo (39 anos), e que já tenta subir degraus mais altos da política capixaba.

Oposição
Mazinho vai disputar sozinho, em chapa puro-sangue, com o administrador João Salles na vice. Ele se coloca como oposição ao prefeito Luciano Rezende (Cidadania), que tem como candidato o seu “supersecretário”, deputado Fabrício Gandini, do mesmo partido. O vereador tem anunciado o compromisso de não disputar a reeleição.

Oposição II
Se os dois caminharem juntos, de fato, marcará o apoio de Majeski ao campo contrário da disputa de 2016. Na época no PSDB, o deputado descartou apoiar Lelo Coimbra (MDB) ou Amaro Neto (Republicanos e ex-Solidariedade), e anunciou “aliança circunstancial” à reeleição de Luciano Rezende. Mas…

PH x Casagrande
…deixou claro que tinha críticas à gestão municipal, além de se referir à geopolítica de 2018, quando o cenário desenhava uma nova disputa entre o ex-governador Paulo Hartung e o atual, Renato Casagrande. Luciano Rezende é aliado de Casagrande e, naquele momento, ninguém cogitava a possibilidade de Hartung não buscar a reeleição. Com Gandini, agora, o prefeito pretende se perpetuar no poder pelo terceiro mandato seguido.

Juntos, de novo
Se com o Mazinho o deputado ainda está na fase de conversas, em Vila Velha é certa a repetição do apoio ao prefeito Max Filho, como há quatro anos. O deputado, como dito aqui na última semana, foi anunciado na convenção do PSDB que confirmou o nome de Max, por sua presença online.

Retrocessos
Nos outros municípios, Majeski ainda não definiu nada, mas considera mudar de ideia dependendo das circunstâncias da disputa e do avanço de nomes que entende como retrocessos. No último pleito municipal ele se viu nesta situação e acabou entrando em cena depois.

Mais do mesmo
Enquanto muitos candidatos comemorariam o apoio de Majeski, o próprio PSB segue reduzindo sua importância política. Não tocou nesse assunto até hoje, mesmo contando com candidatos nos principais municípios do Estado, incluindo no reduto eleitoral do deputado, Vitória.

Recapitulando…
Majeski e Martins tinham um projeto de composição fechado em 2019, com a chapa formada pelo deputado na cabeça e o vereador na vice. Mas logo de cara esbarrou em obstáculos impostos pelo PSB, que abriu mão de um trunfo eleitoral por seu perfil independente, crítico e contrário à política de grupos (personalismos, apadrinhamentos, trocas, cargos e afins).

Recapitulando II…
Depois, o deputado chegou a receber sinal verde do PSB para deixar a legenda sem perder o mandato e tudo sinalizava para a filiação à Rede, do prefeito da Serra, Audifax Barcelos, mas no final do prazo para a mudança, em abril, anunciou sua desistência. Ressaltou a pandemia do coronavírus e as dificuldades de consolidar um projeto realmente da “nova política”.

Recapitulando III…
O nome do deputado, que sempre aparecia bem colocado nos levantamentos de intenção de votos em Vitória, foi preterido pelo PSB em uma prévia, denunciado por ele na época como sem embasamento legal. A votação já estava devidamente articulada e armada, consagrando Sérgio Sá. O palanque do vice, rompido com Luciano Rezende, conta, além da Rede, com o PP. Aí, mais contradições: os dois candidatos são alinhados ao Governo Casagrande.

PENSAMENTO:
“A política é a doutrina do possível”. Otto Von Bismarck

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