Vandinho, Audifax, vereadores…auxílio vira palco de disputa por terreno político na Serra
Demanda popular. Ano de eleição. Aí já viu! O projeto que disponibiliza auxílio aos moradores da Serra para enfrentar as dificuldades durante a pandemia do coronavírus virou motivo de disputa por paternidade e território político. Primeiro o deputado estadual Vandinho Leite (PSDB), que tem reduto no município e se coloca como candidato a prefeito este ano, apresentou a proposta na Assembleia Legislativa, visando conceder R$ 500,00 durante três meses, nos mesmos moldes do auxílio emergencial federal. Enquanto a proposta mais ampla segue tramitação, um grupo de 12 vereadores, incluindo o presidente da Câmara, Rodrigo Caldeira (Rede), apresentou a mesma matéria em âmbito municipal. Vandinho foi às redes sociais, disse que orientou os vereadores, e chamou o prefeito Audifax Barcelos (Rede) à responsabilidade. A base da situação logo começou a se mexer, em sentido contrário. A estratégia foi tentar derrubar a sessão e antecipar uma proposta, com valor e alcances diferentes, também anunciada nas redes horas antes da votação, ao lado do nome que já foi colocado como seu sucessor na disputa, vereador Fábio Duarte (Rede). Deu certo, em termos! A base de fato deixou o plenário nessa quarta-feira (10), mas o projeto conseguiu ser aprovado, com apenas 12 vereadores. Vandinho publicou em seguida novo vídeo ao lado do grupo que aprovou a matéria e fez postagens colocando a carga em Audifax pela sanção, assim como Caldeira, que convocou a população a cobrar. Mas com tantas cartadas no jogo, alguma chance disso acontecer, apesar da situação criada para o prefeito? Pelos sinais dele até agora…nenhuma!
Confetes
O vídeo de Audifax sobre a ajuda municipal diz “a fome não pode esperar”, referindo-se às famílias que não conseguiram receber o auxílio federal, e marca uma troca de afagos entre ele e Fábio Duarte. Um levanta a bola do outro, para tentar marcar o ponto coletivo.
Bem menor
A proposta é de R$ 300,00 em parcela única ou em três parcelas de R$ 100,00, para famílias de extrema pobreza, que somam 2,7 mil no município. O projeto da Câmara é de R$ 500 durante três meses, atingindo 42 mil famílias.
Bem menor II
Diz Vandinho que Audifax irá gastar, com isso, R$ 800 mil, “uma vergonha”. A proposta dele e dos vereadores totalizaria R$ 60 milhões, montante possível, segundo ele, se Audifax parar de manter o calendário de “obras não essenciais milionárias em plena pandemia”.
Ainda rende
Os próximos capítulos veremos em breve, nas redes sociais, Câmara Municipal e bastidores. E não é a primeira vez que rola essa disputa Vandinho x Audifax x Câmara…
Passado
Mas a última divulgada aqui, em 2019, depois de polêmica acabou em acordo e poses pra fotos sorridentes. Não parecer ser, definitivamente, o clima atual.
Passado II
O tema era isenção da taxa de iluminação pública a mais de 50 mil famílias carentes da Serra que possuem a tarifa social. O primeiro projeto foi protocolado na Câmara pelo correligionário de Vandinho, Gilmar Raposão, com base nos estudos que viraram denúncias contra a EDP. Foi aprovado, mas considerado inconstitucional pelo executivo, que apresentou outra proposta. No final, o deputado e Audifax preferiram dividir o bônus.
Fla x Flu
Enquanto o lockdown não chega, segue a disputa diária no plenário da Assembleia Legislativa entre os times a favor da medida e contra. Que repetem, também, o cenário oposição versus situação.
‘Sacrifício’
A propósito, o acordo entre a Assembleia e o governo de cortes de 4% no repasse do orçamento foi publicado nessa quarta, no Diário Oficial do Estado. Como se sabe, refere-se à “cota de sacrifício” do poder para minimizar as perdas decorrentes da pandemia. Sacrifício, entre aspas.
‘Sacrifício’ II
Fechada essa questão, idêntica aos acordos com o Ministério Público (MPES) e Tribunal de Justiça (TJES), resta só a Defensoria, única que, de fato, está há anos sofrendo sucessivos cortes, com prejuízos no atendimento à população mais carente. Se os donos das gordas fatias (exceção do Tribunal de Contas, único com redução de 20%) oferecerem 4%, como já dito aqui, o justo é até “pular” a Defensoria.
Tá na cara
Vivi pra ouvir Século Diário ser chamado de pró-Bolsonaro. É pra rir ou chorar?
PENSAMENTO:
“Não use canhão para matar mosquitos”. Confúcio