Na reta final de um segundo turno “quente-pelando”, Manato tira mais R$ 280 mil do bolso, enquanto Casagrande segue bem amparado pelo PSB
Na reta final do pleito de domingo (30) e ainda no jogo na disputa ao governo do Estado, o palanque bolsonarista de Carlos Manato (PL) segue sem verbas da Nacional do partido. Os R$ 100 mil destinados no primeiro turno permanecem como única transferência para sua conta eleitoral, com a diferença, agora, que ele somou mais doações individuais e do próprio bolso, atingindo a marca de 853,2 mil. Com a disputa cada vez mais acirrada e o termômetro nas alturas, o depósito mais volumoso saiu há quatro dias, no valor de R$ 280 mil. Até então, Manato tinha desembolsado R$ 30 mil, em três parcelas separadas. Os recursos reduzidos, aliás, foram as justificativas para não permanecer com seu ex-marqueteiro, Fernando Carreiro, que recebeu R$ 500 mil no primeiro turno. A campanha foi assumida pela equipe do senador eleito, Magno Malta, presidente estadual do PL, que levou a grana toda do partido, R$ 2 milhões, e agora, ao contrário da primeira fase da eleição, dá comando ao palanque do aliado. Manato ainda precisará engordar mais o caixa, afinal, já contratou R$ 929,5 mil em despesas. A situação está longe da ideal, mas não deve provocar grandes embaraços ao ex-deputado federal: ele tem R$ 10,2 milhões em bens. Já o governador Renato Casagrande, um dos palanques prioritários do PSB no País, segue bem assistido pela Nacional. Ele tinha R$ 3,5 milhões, recebeu um aporte de R$ 100 mil e outro de R$ 149,9 mil (PSB Estadual) logo após o primeiro turno e, depois, da Nacional, mais dois, de R$ 300 mil e R$ 200 mil. A soma do partido é de R$ 4 milhões, atingindo R$ 5,3 milhões no total. O governador ainda tem, igualmente, mais uma gordura para cobrir. Contratou R$ 6,5 milhões em despesas, e, distante de Manato, mas também nada mal, tem R$ 2 milhões em bens. O “Dia D” está próximo!
No alvo
Para fora das contas, as campanhas endurecem as acusações. Nesse domingo (23), a de Casagrande não deixou escapar o atentado absurdo envolvendo o ex-deputado federal Roberto Jeferson (PTB), recordando que o vice de Manato, Bruno Lourenço, é do partido, e que chegou a sair matéria dizendo que a indicação seria dele, e, inclusive, o próprio viria para ação de campanha no Estado. Não veio porque estava preso.
No alvo II
Manato, assim como o presidente Jair Bolsonaro, teve que publicar nota tentando se afastar do aliado, conhecido, porém, por suas ligações estreitas com seu grupo político. E não é de hoje! Outras lideranças da primeira fileira de apoio a Manato também integram o PTB: sua mulher, deputada federal Soraya Manato, o Tenente Assis e o deputado estadual Torino Marques.
No alvo III
O novo vídeo do governador vem na esteira de outros recentes, na mesma “pegada” do que aponta participação na Scuderie Le Cocq: relato de que Manato foi “coordenador da greve da PM de 2017” e ainda conivente com agressão às mulheres, com base no caso de um assessor.
Tripé
No campo contrário, o esforço é explorar as áreas que são o “calo no sapato” de toda gestão: Segurança, Saúde e Educação. A primeira tem sido falada a campanha toda, até porque, é o campo de votos de Manato. A Saúde voltou a ser explorada na semana passada e, agora, a “bola da vez” é a Educação.
Tripé II
Nesta segunda, Manato afirmou, em vídeos, que “o atual governo conseguiu piorar todos os índices da Educação no Espírito Santo, tornando o sistema de ensino capixaba um dos mais atrasados do País”; e prometeu “ampliar vagas, modernizar as escolas, levar respeito aos professores, valorização e salário digno aos servidores”.
’22 lá, 22 cá’
A frente eleitoral de colar sua imagem no 22, de Bolsonaro, também permanece firme e forte, como estratégia prioritária. Inclusive, vieram mais apoios, gravados, do campo nacional. Além da primeira-dama, Michele Bolsonaro, que esteve por aqui na última sexta-feira (21) e deixou o material, Manato publicou declarações do ex-ministro e senador eleito por São Paulo, Marcos Pontes (PL).
’22 lá, 40 cá’
Casagrande também espalhou novas adesões aos seu palanque, como a do deputado estadual Renzo Vasconcelos (PSC), que obteve alta votação à Câmara Federal, 82,2 mil. Ele gravou um vídeo com as cores verde e amarela, declarando, como outras lideranças políticas, que vota em Bolsonaro e Casagrande.
Olha só…
Depois de um longo e tenebroso inverno, o presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso (Republicanos), conduziu uma sessão ordinária. Foi nesta segunda, dia da votação da PEC da Autonomia da Perícia Técnica. A proposta já estava rolando há muito tempo, com pressão da categoria, e foi, finalmente, aprovada. E adivinha? Todo mundo quis levar bônus.
Nas redes
“Primeiro a ministra Carmen Lúcia e, agora, Marina Silva. O bolsonarismo tem horror às mulheres no poder e a misoginia é seu método covarde. Isso não é caso de política, mas de polícia! Toda solidariedade a essas grandes brasileiras: o fascismo não vencerá!”. Fabiano Contarato, senador pelo PT.
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