Renato Casagrande dispara contra PT e polêmica instalada após encontro com Moro segue longe de trégua
O governador Renato Casagrande (PSB) não pretende baixar a guarda para o PT na polêmica criada após o encontro com Sergio Moro (Podemos) em Vitória. É o que mostrou em entrevista à Folha de S.Paulo nesta terça-feira (15), quando fez várias críticas duras ao partido. “Petistas são arrogantes e agem como guardiões da pureza ideológica”, disparou, emendando com outros termos no mesmo tom, como “autoritarismo”, “arrogância”, “prepotência” e “política tóxica”. Ao reiterar que recebeu Moro por um “gesto de elegância”, já que o Podemos faz parte de seu governo, e por defender o diálogo como “parte da democracia”, Casagrande garantiu que apoiará na disputa à Presidência o nome definido pela Nacional do PSB, que hoje orbita entre Lula e Ciro Gomes (PDT), com avanços mais evidentes para o lado do petista. Moro, garante, não está incluído na mesa de negociação. No campo nacional, de fato, não. Por aqui, porém, ainda falta combinar com o presidente estadual do Podemos, seu aliado e secretário, Gilson Daniel, que tem defendido a aliança publicamente, custe o que custar. Representar no Espírito Santo, ao mesmo tempo, o palanque de Moro e Lula…vê se pode!
Bom pra quem?
A tese de Gilson, repetida há algum tempo, considera a possibilidade de manter, no Estado, as alianças em torno da candidatura à reeleição de Casagrande, como algo dissociado das eleições nacionais. Isso resultaria na neutralidade do governador na disputa presidencial, o que está fora do acordo de alianças entre o PSB e PT.
Bom pra quem II?
No bolo, também estaria o PDT, de Ciro Gomes e do prefeito da Serra, Sérgio Vidigal, mais um aliado de Casagrande. Ciro, como se sabe, tem atirado sem dó para o lado de Lula. Mas ainda assim, nada se compara à questão Moro-Lula, Lava Jato e afins.
Haja capítulo…
As novas declarações de Casagrande vêm após um final de semana de críticas mútuas, no famoso toma lá, dá cá, com efeitos também entre lideranças nacionais. Até agora, nada foi capaz de frear os ânimos. Pelo contrário, só piora…
Adversários
O atual cenário agravou as dificuldades que já existiam nas conversas sobre a federação, que envolvem também o PV e o PCdoB. Se a temperatura continuar a subir, o PT poderá acionar outras estratégias, como erguer palanques estaduais próprios e adversários dos candidatos do PSB. Um deles do senador Fabiano Contarato, que se mantém no aquecimento, pronto para entrar em campo a qualquer momento.
Não embalou
Na esteira da polêmica, por enquanto, permanece inalterada a posição da deputada estadual Iriny Lopes (PT) no plenário da Assembleia Legislativa em relação ao governo. Na sessão desta terça-feira (15), em meio a questionamentos levantados por Erick Musso (Republicanos) sobre um decreto que reduziria a transparência em processos licitatórios, ela adotou a cautela.
Palanques
Por falar em Erick, o Republicanos realizou encontro na noite dessa segunda-feira (14), em Colatina, noroeste do Estado. A terra do ex-prefeito Sergio Meneguelli, que se articula para a disputa ao Senado.
Palanques II
Meneguelli não aceita outro palanque e já ameaçou deixar a legenda, caso seja vetado no seu plano eleitoral. O outro nome anunciado para o mesmo campo é do deputado federal Amaro Neto, mas nem ele assume essa ideia e, vez ou outra, exalta Meneguelli para essa missão.
Palanques III
No encontro em Colatina, muito confete jogado em Erick Musso, o candidato ao governo, e presença de prefeitos, vereadores e lideranças da região e da Grande Vitória. Para lá, também foram o próprio Amaro, o prefeito de Vitória Lorenzo Pazolini, o deputado estadual Hudson Leal, e os vereadores da Capital Denninho Silva (Cidadania) e Delegado Piquet.
Nas redes
“(…) Não precisa ser ‘guardião de pureza’ nenhuma para dizer que Casagrande se sujou ao receber Sergio Moro. Eu digo e repito”. Maurício Abdalla (PT), professor da Ufes, em resposta às declarações de Casagrande à Folha de S.Paulo.
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Efeito ‘anti-Moro’
https://www.seculodiario.com.br/socioeconomicas/efeito-anti-moro