Sob comando do deputado federal Felipe Rigoni, União Brasil já coleciona problemas no Estado
Mudança do comando estadual de cima para baixo, debandada, dificuldades de formar chapas para Câmara Federal e Assembleia Legislativa, candidatura ao governo inviabilizada, e insatisfações internas cada vez mais latentes, a três dias do pleito deste domingo (2). Esse é o resumo do caminho trilhado pelo União Brasil do Estado no atual processo eleitoral, sob o comando do deputado federal Felipe Rigoni, candidato à reeleição. Nos últimos dias, depois do embate puxado pelo candidato a deputado federal Gustavo Peixoto, que acusou Rigoni de “abuso de poder político e econômico” e acionou a Justiça requerendo tempo e inserção igualitários de propaganda eleitoral na TV, outro integrante da chapa, o pastor Josué Batista, filiado à Convenção das Assembleias de Deus do Estado (Cadeeso), protocolou documento direcionado a Rigoni, com ameaça de buscar “reparação judicial” e solicitar investigação do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-ES) e da Polícia Federal sobre as verbas partidárias, caso não seja cumprido o compromisso de garantir R$ 500 mil em seu caixa de campanha. Ele afirma que, com essa garantia, contraiu despesas no valor de R$ 448 mil, informadas ao partido, mas só recebeu até agora R$ 220 mil, o menor investimento da chapa, amargando, portanto, um débito alto. O pastor cobra uma solução até esta sexta-feira (30). Enquanto isso, Rigoni conta com R$ 2,4 milhões no cofre, além de ocupar todos os espaços possíveis do União. Para agravar, como já dito aqui, o partido investiu três vezes mais no palanque ao Senado do presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso (Republicanos), que firmou aliança com Rigoni, vendida como a formação de um novo grupo político no Espírito Santo. E pode piorar! Basta o deputado não ser reeleito. Aí, já viu, ladeira abaixo!
Milhão
A chapa do União à Câmara é completa, com 11 integrantes. A legenda, resultado da fusão entre DEM e PSL, é a mais rica das eleições deste ano. Por aqui, além de Rigoni, duas candidaturas ultrapassam a casa do milhão, a de Gustavo Peixoto, que também reclamou de verba, e do vice-prefeito da Serra, Thiago Carreiro.
Milhão II
Dr. Gustavo Peixoto, um dos líderes dos movimentos de direita no Estado, tem R$ 1,2 milhão, sendo R$ 800 mil da Nacional e R$ 50 mil da Estadual. Ele próprio investiu R$ 325 mil e o restante se refere a doações. Já Carreiro conta com R$ 1,7 milhão, quase tudo garantido pela Nacional – R$ 1,58 milhão – e um acréscimo do União-ES, de R$ 60,6 mil.
Escada
Depois, os valores mais altos foram destinados às mulheres. Maria Helena recebeu R$ 745,6 mil (R$ 630 da Nacional e R$ 115,6 mil da Estadual); a ex-deputada estadual e ex-vereadora de Cachoeiro Cláudia Lemos, R$ 699,3 mil (R$ 600 mil da Nacional e R$ 65,6 mil da Estadual); a Enfermeira Fernanda Gandini ficou próxima, com R$ 651,1 mil, provenientes de ambos os diretórios, e Patrícia Orlette com R$ 600 mil, da Nacional.
Escada II
O jornalista e apresentador de TV Wesley Satler ficou no mesmo patamar, com R$ 620 mil Nacional e R$ 10,6 mil Estadual. O ex-presidente do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Crea-ES), Helder Carnielli, vem na sequência, com R$ 498,4 mil, sendo a maioria, R$ 460 mil, da Nacional, e o restante da executiva Estadual.
Escada III
Na lanterna, estão Wanderley Moraes, com R$ 375 mil da Nacional e R$ 10,6 mil da Estadual, e o pastor Josué Batista, que, ao enviar seu ofício a Rigoni, tinha R$ 140 mil, valor que, no sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), subiu para R$ 220 mil.
Mais obstáculos
Por falar em dinheiro, o MDB, não é novidade, vive um período trágico, após anos com lugar de destaque no tabuleiro político. Agarra-se na sua única boia de salvação, a reeleição da senadora Rose de Freitas, mas ainda longe de recuperar qualquer outro terreno. O partido não conseguiu fechar chapa de deputado federal e apresentou nomes à Assembleia sem nenhum puxador de votos, com mais um complicador: não investiu recursos.
Mais obstáculos II
Todo o caixa enviado pela Nacional ficou na conta da senadora, R$ 3,79 milhões, que integra a chapa do governador Renato Casagrande (PSB). A situação, assim como em outras legendas, gera burburinhos nos bastidores. O MDB disputa a Assembleia com 19 candidatos. Os valores mais altos são de R$ 57,7 mil.
Time Lula?
O site oficial do PT apresenta seus candidatos espalhados pelo País. No caso do Espírito Santo, exalta os palanques à reeleição de Casagrande e da senadora Rose de Freitas, como o “Time Lula”. Só faltou combinar com a dupla, que, pelo contrário, não faz campanha para o ex-presidente da República.
Nas redes
“Saudade do tempo em que o pastor só pedia para você aceitar Jesus e não defendia candidato que debochou da morte imitando pessoas agonizando, negou e está negando a compra de vacinas, está reduzindo a compra de medicamentos para o povo. Evangélicos isso está longe do amor cristão”. Ethel Maciel, epidemiologista e professora da Ufes.
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