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Corpo fora

A não ser Neucimar Fraga, terceiros colocados (e muitos outros) nos municípios de segundo turno “subiram no muro” 

Leonardo Sá

As eleições municipais deste ano bateram recordes de candidatos, com muitos concorrentes às prefeituras no Estado. Mas aí, veio o segundo turno em Vitória, Cariacica, Serra e Vila Velha, e a maioria deles…”sumiu”! O termo é usado aqui no sentido figurado, para comentar o festival de “tirar o corpo fora” registrado pelos candidatos derrotados no último dia 15. Tanto pelos mais votados, com amplo capital, como por outros que ficaram bem atrás na disputa, inclusive com votações inexpressivas. A maioria escolheu o caminho mais fácil de subir no muro e não se comprometer, anunciando “neutralidade”. Foi assim em Vitória, com Fabrício Gandini (Cidadania) e seus 21,12% de votos (36 mil), negando apoio ao ex-prefeito João Coser (PT), embora tenha passado a campanha inteira em campo de guerra com o candidato Lorenzo Pazolini (Republicanos), sem falar em mais um detalhe: a eleição do delegado ameaça o projeto do seu próprio grupo político em 2022, que vem a ser o mesmo do governador Renato Casagrande, que, por sua vez, adivinhe? Está com Coser só nas internas, também não vai “subir no palanque”, como fez no primeiro turno. Na Serra, o terceiro colocado, Vandinho Leite (PSDB), com 16,87% dos votos (35,8 mil), também se furtou de participar do pleito entre o ex-prefeito Sérgio Vidigal (PDT) e Fábio Duarte (Rede), o candidato do prefeito Audifax Barcelos. Já no município de Cariacica, os candidatos se omitiram menos de uma maneira geral, no entanto, o terceiro lugar, Subtenente Assis (PTB) – 11,48% – por seu perfil de extrema-direita, ficou impossível de casar com a petista Célia Tavares, e com o adversário dela, Euclério Sampaio (DEM), a quem fez acusações de ser comunista, pró-Casagrande e anti-Bolsonaro. Logo atrás dele em votos, o ex-deputado Sandro Locutor (Pros) – 10,66% – assumiu posição e está com o demista. E Vila Velha? De lá vem o único terceiro colocado que nunca demonstrou, desde o fim da primeira fase do pleito, cogitar não escolher um lado, o ex-prefeito Neucimar Fraga (PSD), que chegou a 19,31% dos votos. Ele fez live orientando seu eleitorado a votar em Arnaldinho Borgo (Podemos) contra o atual prefeito, Max Filho (PSDB), na máxima dita antes por ele à imprensa: “não sou detergente para ficar neutro”. Mas, seus companheiros do “pacto de união por Vila Velha”, deputados Dr. Hércules (MDB) e Rafael Favatto (Patri), até agora, nada! É reta final do segundo turno e já dá pra cravar: sobrou “detergente” nestas eleições!

Na mesma
Na Capital, também se disseram neutro Capitão Assumção (Patri), embora aliado de Pazolini e integrante do bolsonarismo; Sérgio Sá, do PSB, ex-secretário de Coser; Mazinho dos Anjos (PSD); e Coronel Nylton (Novo). No caso de Assumção, estratégia: Pazolini é o projeto bolsonarista que sobrou por aqui e o aliado do militar, Carlos Manato, já manifestou apoio ao delegado. A questão é que Pazolini esconde relações com o governo federal e com o ex-senador Magno Malta (PL).

Sem atraso
Já a vereadora Neuzinha de Oliveira (PSDB), que quase fechou chapa com o delegado, logo tomou partido. Assim como, do outro lado, de Coser, os candidatos dos partidos de esquerda, Psol e PCdoB, Gilbertinho Campos e Namy Chequer.

Mais votados
Os dois concorrentes conseguiram equilibrar os apoios dos vereadores mais votados em Vitória. Pazolini fechou com Denninho Silva (Cidadania), aliado de Gandini – mais uma contradição política – e Camila Valadão (Psol) com Coser. O primeiro recebeu 7,2 mil votos à Câmara e ela 5,6 mil.

Lamas – Xambinho
No município serrano, o deputado Bruno Lamas (PSB) foi outro que não se posicionou, apesar de conhecido aliado de Audifax, de quem inclusive esperava o apoio no primeiro turno, sem êxito, e tem ainda a mãe, Márcia Lamas (PSB), como vice-prefeita. Ele ficou em quinto lugar na disputa, atrás do também deputado, Alexandre Xambinho, que, pelo contrário, fechou apoio a Sérgio Vidigal.

Fora de cena
Em Vila Velha, além dos citados acima, estão neutros Coronel Vagner (PL), Amarildo Lovato (PSL), Rafael Primo (Rede) e Dalton Morais (Novo). Aliás…e o deputado Hudson Leal (Republicanos), hein?!

Peso
…sobre o apoio de Neucimar, Arnaldinho não fez alarde, mantendo o discurso de “aliança com o povo e combate à nova política”. Mas a pesquisa Ibope/Rede Gazeta desse sábado (21) deixou claro que não dá pra desprezar: 71% dos eleitores de Neucimar devem migrar pra ele no segundo turno.

Nem assim
Por fim, Cariacica! Além dos cenários envolvendo Subtenente Assis e Locutor, ainda falta o posicionamento de Marcos Bruno (Rede), o quinto colocado na disputa, que nem depois do apoio a Célia Tavares anunciado pelo senador Fabiano Contarato, uma das principais lideranças do seu partido, “desembuchou”. O Professor Saulo Andreon (PSB), como esperado, gravou vídeo em favor dela.

Tem mais
O candidato Dr. Helcio (PP) está com Euclério, assim como Dr. Heraldo Lemos, contrariando o próprio partido, PCdoB, alinhado ao palanque de Célia. Já Dr. Motta (DC) reclamou da decisão pela aliança da sua legenda feita sem consulta a ele, como apontou. O PSL, de Joel Costa, mesma coisa, está com Euclério, mas o próprio candidato, não!

Pois é…
A propósito, Dr. Hércules gravou vídeo para Euclério, mas do seu reduto eleitoral, mesmo…ah, vale lembrar: o deputado seria, até os 45 minutos do segundo tempo, o cabeça de chapa da aliança com Neucimar. Mas com Arnaldinho não “dá liga”. Os dois eram do MDB, queriam a candidatura, e o vereador acabou saindo do partido. No final das contas, não teve palanque nenhum.

Salto petista
Na reta final do segundo turno, vamos aos caixas! A Nacional investe forte em Coser, dentro do projeto de reconquistar e espaços políticos, e injetou mais dinheiro, subindo para R$ 4,6 milhões. Pazolini, que chegou a ser o campeão em verba, alterou pouco e está com R$ 1,67 milhão.

Salto petista II
Célia Tavares também recebeu aporte do partido, passando para R$ 897,48%, bem acima de Euclério, com R$ 194 mil, embora tenha R$ 229,7 de despesas contratadas.

‘Empate’
Na Serra, Vidigal também engordou o caixa, contando agora com R$ 1,47 milhão, praticamente um empate com seu opositor, Fábio Duarte, que tem R$ 1,2 milhão.

Estável
Na cidade canela-verdade, mesmo patamar de antes. Arnaldinho conta com R$ 44,5 mil e Max Filho com R$ 585,4 mil.

PENSAMENTO:
“É difícil libertar os tolos das amarras que eles veneram!”. Voltaire

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