Discursos de aliados e placar esmagador deixam claro que veto a aumento de salários não passou de jogo de cena
Os discursos que marcaram a derrubada do veto do governador Renato Casagrande (PSB) ao projeto de aumento ao seu próprio salário, do vice, Ricardo Ferraço (PSDB), e de secretários estaduais, somado ao placar esmagador – 18 a 1 -, deixam claro que a medida não passou de jogo de cena para evitar mais desgastes a Casagrande, que há anos é cobrado por servidores a recompor as perdas acumuladas em sua gestão. Na sessão desta quarta-feira (19) da Assembleia Legislativa, a derrubada foi defendida inclusive pelo líder do Governo, Dary Pagung (PSB), e pelo vice-líder, Tyago Hoffmann (PSB), que trataram o veto como uma decisão pessoal de Casagrande e exaltaram a “soberania do legislativo” para decidir sobre a matéria. Hoffmann ainda comunicou que a base poderia “ficar muito à vontade e votar de acordo com a consciência de cada deputado”. Outro aliado e um dos autores do projeto, Mazinho dos Anjos (PSDB) apontou o veto como “conveniência política” e “sem argumento jurídico”. Assim, com zero interesse do governador em derrubar, de fato, a proposta, ficou mantido o reajuste de 5% para categorias que têm o abate-teto como referência, a exemplo dos auditores, delegados, coronéis da Polícia Militar, médicos e quadros do Fisco, todos cargos que receberam um reajuste de 16,9% há pouco tempo, chegando a 22%, uma diferença gritante em relação à maioria das categorias do funcionalismo, restritas aos 5%, apesar das perdas que ultrapassam 20%. Casagrande passará, mesmo, ileso? A conferir!
Justiça?
Alguns deputados alegaram que o projeto “faz justiça” a essas categorias do topo da pirâmide, ignorando totalmente os 16,9% que passaram a valer em 1º de janeiro deste ano e que não contemplaram os demais servidores estaduais, que, repito, são a maioria.
Privilégios
Já Camila Valadão (Psol), mais uma vez o único voto contrário à manutenção do reajuste de 5%, apontou exatamente o termo antagônico: injustiça. No mesmo tom que havia alertado anteriormente, lembrou que são dois aumentos somente para esses cargos, em apenas quatro meses.
Passagem
A derrubada do veto marcou o fim antecipado da sessão desta quarta, após o deputado Theodorico Ferraço (União) comunicar, emocionado, o falecimento de sua ex-mulher Marilia Rezende Ferraço, mãe do vice-governador, aos 82 anos. Ricardo também publicou nota nas redes sociais. A coluna deseja força e serenidade à família.
Passagem II
A cerimônia de despedida será no Primícias Memorial House, em Vitória, iniciando-se nesta quarta, às 20h, com término na quinta-feira (20), às 11h. Marilia vinha enfrentando complicações decorrentes da Covid-19 desde 2020. A causa da morte, porém, não foi divulgada.
Bolsonaristas
O deputado estadual Callegari se reuniu com o senador Magno Malta em seu gabinete em Brasília, com outro bolsonarista e filiado ao PL, Gilvan da Federal. Em pauta, como publicado nas redes sociais, o “fortalecimento da direita conservadora no Estado”. 2024 está logo ali!
Bolsonaristas II
Pouco tempo depois, Callegari anunciou, ao lado de Magno e do próprio convidado, a visita do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) ao Estado, no próximo dia 27, às 19h, para evento no Centro de Convenções de Vitória. Ele vai receber, também, o título de Cidadão Espírito-Santense, concedido pelo deputado estadual Lucas Polese (PL) – ué, por quê?
Transfobia
Nikolas virou alvo recente de pedido de cassação por quebra de decoro parlamentar, depois de fazer discurso transfóbico na Câmara dos Deputados, no Dia Internacional da Mulher, em 8 de março, com uma peruca loira. O caso ainda não andou, o que tem gerado cobranças.
Nas redes
“Alerta. Tem uma quadrilha de estelionatários tentando se passar pelo deputado Vandinho Leite. Disfarçados de assessores, mandam link para um evento a ser confirmado para tentar aplicar golpes (…)”. Vandinho Leite, do PSDB, mais um deputado a denunciar o mesmo golpe.
FALE COM A COLUNA: [email protected]
Topo da pirâmide
https://www.seculodiario.com.br/socioeconomicas/topo-da-piramide-1