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Decorou a cartilha

Com o esperado funil eleitoral, Manato se livra de Erick Musso, mas esbarra num Guerino Zanon cada vez mais sedento

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O campo da direita e do bolsonarismo no Espírito Santo sofreu uma baixa com a retirada, na semana passada, da candidatura ao governo do presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso (Republicanos), que já desfilava por aí de verde e amarelo e por áreas evangélicas. O recuo alivia o espaço do ex-deputado federal Carlos Manato (PL), que vem há meses esbarrando em adversários na sua base eleitoral, precisando até recorrer a vídeo do presidente Jair Bolsonaro (PL) para se apresentar como o “legítimo, que não aceita imitação”. Por outro lado, ele encontra, agora, um Guerino Zanon (PSD) mais sedento, com direito a gritos de “Bolsonaro e Guerino” e exibição de bandeiras com as respectivas fotos e slogan de “Juntos pelo Brasil e pelo ES”. A estratégia mais efusiva ficou evidente no discurso do ex-prefeito de Linhares (norte do Estado) em sua convenção nesse domingo (31), quando seguiu todos os pontos da cartilha bolsonarista do Estado nos últimos anos. Tanto para o lado do governador Renato Casagrande (PSB) quanto do ex-presidente Lula (PT). Sobrou até para o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, o alvo preferido dos aliados capixabas de Bolsonaro. Ao mesmo tempo, fez questão de citar o antigo parceiro, ex-governador Paulo Hartung (sem partido), crítico costumaz do presidente da República. Com vários mandatos cumpridos por aqui, no legislativo e prefeitura, esse novo perfil de Guerino – sim, novo! -, sei não…está mais para contradição do que para convencer, de fato!

Decorou a cartilha II
Entre as frases ditas por Guerino, como divulgado em Século Diário nesse domingo, estão “nossa bandeira nunca foi vermelha”; “governador comunista”; e “secretário [Nésio Fernandes, da Saúde] formado em Cuba”. Lembrou até os discursos bolsonaristas das sessões da Assembleia Legislativa.

Pote de mágoa
Com a ausência do senador Fabiano Contarato (PT) na convenção do PSB que homologou a candidatura à reeleição de Casagrande, permanece a pergunta que fiz aqui no último dia 12: como e quando o petista atuará na campanha do partido aliado? Contarato, vale lembrar, vinha pontuando nas pesquisas em segundo lugar, ao lado do bolsonarista Carlos Manato (PL).

Pote de mágoa II…
Aliás, diante do processo turbulento que resultou na retirada de Contarato da disputa, as ausências foram sintomáticas. Registros somente da presidente da executiva estadual, Jackeline Rocha, alvo de críticas da base; do ex-prefeito de Vitória João Coser, que antes mesmo já havia circulado com Casagrande; e da vereadora Karla Coser, também da Capital.

Pote de mágoa III…
Os deputados com mandato, Helder Salomão (federal) e Iriny Lopes (estadual), que têm circulado para todo lado no Estado, nada também!

Que situação…
Espírito Santo e Piauí são os dois únicos estados onde o MDB não deve ter candidatos a deputado federal, como informa a coluna Painel, da Folha de S.Paulo. As razões, porém, são bem diferentes…

Que situação II…
Por aqui, a condução do partido na direção do projeto de reeleição da senadora Rose de Freitas foi a derradeira de uma situação que já era caótica, e acabou em debandada. No Piauí, foi estratégia eleitoral, mesmo. O MDB fechou uma espécie de federação improvisada com o PSD e ficou somente com a chapa para o legislativo estadual.

Nem aí!
A propósito, quem ficou no MDB-ES, mesmo contra tudo e todos, o ex-deputado federal Lelo Coimbra, ex-presidente da executiva estadual, não está nem aí para os caminhos do partido. Rose, como se sabe, integra a chapa de Casagrande. Já Lelo está junto e misturado com a oposição, Guerino Zanon (PSD).

Nem aí II!
Na convenção, o ex-prefeito de Linhares fez questão de exaltar a parceria e empenho de Lelo, assim como do deputado federal e vice-líder do governo na Câmara, Evair de Melo (PP), quem considera essencial de caminhar ao lado para tentar legitimar o título de bolsonarista no Espírito Santo.

Nas redes
“A fala de Renato Casagrande representa aquilo que acredito ser o melhor caminho para nosso país: trabalhar para eleger o presidente Lula e garantir a retomada da democracia e dos direitos dos trabalhadores (…) Nós, do Partido dos Trabalhadores, entendemos que é um momento de união. É isso que pedimos nacionalmente e que praticamos aqui no Espírito Santo!”. João Coser, do PT, sobre a convenção do PSB.

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