Ativo nas articulações eleitorais e cotado para o Senado, Hartung diz: “meu ciclo está vencido”
Ativo nas articulações de diversas frentes nacionais à Presidência da República, na chamada terceira via; cotado para o Senado; de volta à cena política capixaba; e com aliados em campo no Espírito Santo para disputar o Palácio Anchieta, o ex-governador Paulo Hartung (sem partido) usou quatro frases em entrevista ao Poder 360 divulgada nesta terça-feira (21), para descartar um palanque no pleito de 2022: “meu ciclo está vencido”; “já percorri muito esse caminho”; vou participar do processo, mas não vou disputar eleições”; e “não estou disputando mandato”. A menos de um ano para o pleito, são, por ora, as garantias do ex-governador. Anota aí!
Tem quem compre
Ao exaltar sua trajetória, como sempre faz, PH tratou como uma “recaída” sua última disputa, em 2014, quando muito se empenhou para derrubar o ex-aliado Renato Casagrande (PSB), com a máxima do “caos em gestão”. Venceu como o “salvador da pátria”, mas não sustentou essa imagem até o final do terceiro mandato, em 2018, provocando seu recuo da tentativa de reeleição. De lá pra cá, investe em vender seu legado como a última maravilha do mundo no campo nacional e, o pior, obtém êxito.
Quadro em formação
Como resultado dessa estratégia, já foi alçado a tudo quanto é cargo, inclusive presidente da República. Nos últimos meses, vinha integrando a lista que já inclui Magno Malta (PL); o ex-prefeito de Colatina Sergio Meneguelli ou o deputado federal Amaro Neto, ambos do Republicanos; o Tenente Assis (PTB); e ainda o nome que sairá do bloco de Casagrande. O Estado só terá uma cadeira aberta no Senado.
Repeteco
Os movimentos de Hartung são comuns em todo pleito. Ele se coloca no cenário, é cortejado de todo lado, permanece na imprensa semanalmente, e depois nega qualquer projeto. Desta vez, as declarações vieram mais cedo do que o esperado. Mas, sabe como é, sempre tem as nuvens da política…
‘Tô’ falando…
Por falar nisso, o ex-governador acaba de lançar outro livro, Brasil: Desafios e Propósitos. É uma coletânea de artigos de opinião publicados no Estadão, diz ele, “para inspirar um novo ciclo para o País”. Após o fiasco do último mandato, PH fez o ebook Espírito Santo: Como o governo capixaba enfrentou a crise, reconquistou o equilíbrio fiscal e inovou em políticas sociais.
Presença
Na última semana, PH voltou a aparecer em eventos no Estado e também ao lado de dois aliados que se colocam como candidatos ao Palácio Anchieta contra Casagrande: o presidente da Assembleia, Erick Musso (Republicanos), como já publiquei aqui na coluna, na posse do novo comando do Tribunal de Justiça (TJES), e com o prefeito de Linhares, Guerino Zanon (de saída do MDB), em reunião empresarial em São Paulo.
Presença II
O ex-governador se mantinha distante dos holofotes locais desde sua saída do governo, voltado apenas para as jogadas nacionais. Isso já mudou e assim deve permanecer até 2022. Resta saber como e quando vai aparecer em ações de candidatos e palanques. Ele só costuma apostar publicamente em time que está ganhando, para evitar arranhões.
Relações
Retomando a parte da terceira via, que ele chamou de “alternativa à polarização”, Hartung colocou abril como prazo para aglutinação de forças nesse campo. Ele defendeu que tem “espaço e tempo” para construir um nome, mas se esquivou de falar individualmente ao Poder 360 dos colocados até agora: João Doria (PSDB), Sergio Moro (Podemos), Simone Tebet (MDB) e Rodrigo Pacheco (PSD).
Relações II
No caso de Moro, como se sabe, o ex-governador foi apontado como integrante da equipe e, inclusive, convidado a coordenar seu projeto de governo. Já Gilberto Kassab, presidente da Nacional do PSD, que filiou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e sonha em fazer o mesmo com PH, também vive citando-o nessa empreitada da terceira via por seu partido.
Nas redes
“Quando o assunto é o Brasil, seus caminhos e descaminhos, Paulo Hartung tem sido meu interlocutor mais frequente. Alguém que respeito, ouço e troco ideias”. Luciano Huck, candidato à Presidência de Hartung que não vingou, incansável em exaltar o “padrinho e conselheiro político” a qualquer sinal de entrevista ou frase solta.
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Só abraça na certeza
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O fantástico ES de Hartung
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Hartunguetes, para todo lado
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