sábado, novembro 23, 2024
23.9 C
Vitória
sábado, novembro 23, 2024
sábado, novembro 23, 2024

Leia Também:

‘Dois senhores’

No mesmo dia da convenção do Patriota, possível sigla do presidente, mais abismos entre Favatto e os planos bolsonaristas no Estado

Leonardo Sá

No mesmo dia da convenção nacional do partido Patriota que tenta sanar as divergências internas para filiar o presidente Jair Bolsonaro, o que terá reflexo nas executivas estaduais, a Assembleia Legislativa registrou mais uma vez, nesta segunda-feira (14), o abismo existente entre o atual comandante da legenda no Estado, Rafael Favatto, e o deputados bolsonaristas, durante votação do requerimento para convocação do secretário de Saúde, Nésio Fernandes, no caso da compra de álcool em gel que é alvo de investigação da Polícia Federal (PF). Depois de uma nota lida em plenário por Dary Pagung (PSB), líder de Renato Casagrande, foi Favatto quem iniciou os discursos em defesa da gestão estadual, inclusive apontando “motivações políticas”. A postura segue na contramão das investidas e estratégia do grupo do presidente no Estado, com alcance nas eleições de 2022. Os mais incisivos na Assembleia, o Capitão Assumção, também filiado ao Patriota, e ainda Torino Marques (PSL), que atuam em sintonia com o grupo do ex-deputado federal Carlos Manato (sem partido), em campo há meses para pavimentar uma candidatura ao Palácio Anchieta. Desde que a filiação de Bolsonaro no Patriota ganhou fôlego, no final de maio, Favatto já apareceu negando a possibilidade de perder o posto e, na visita do presidente ao Estado, fez várias publicações o exaltando, além de integrar a comitiva oficial. Acontece que esse palanque, da oposição, se constrói dentro da imposição de desgaste e acusações a Casagrande e ao governo do Estado, que o próprio Favatto contesta. Confirmada a chegada de Bolsonaro à legenda, como conciliar as divergências e prioridades no Espírito Santo, incluindo ainda possíveis novas filiações? O presidente do Patriota capixaba, ao invés de ajudar, tem atrapalhado os planos bolsonaristas locais. Tratando-se do presidente e de Casagrande, e dos projetos políticos antagônicos que representam, impossível “servir a dois senhores”.

Peças
O próprio Manato aguarda o sinal de Bolsonaro para decidir seu futuro partidário e Torino, do mesmo jeito, a autorização legal para deixar o PSL, que saiu das mãos bolsonaristas e passou a integrar a base de Casagrande. A deputada federal Soraya Manato também é do PSL, mas ainda não manifestou interesse em mudar.

Campos opostos
A diferenças entre Favatto e o próprio Assumção já foram analisadas aqui na coluna por diversas vezes, incluindo ainda o vereador de Vitória, Gilvan da Federal, que já fez até cobrança pública ao presidente estadual do Patriota para denunciar e se posicionar contrário a Casagrande.

Há controvérsias…
Nas redes sociais, Favatto postou fotos da visita de Bolsonaro com frases do tipo: “O ES te recebe de braços abertos”, “Nosso Estado ama você” e “Volta, presidente”.

Lá é cá
Ao mesmo tempo, várias postagens ao lado de Casagrande em atos públicos. No plenário da Assembleia, porém, é onde as diferenças mais se acentuam, desde o ano passado.

Racha
A entrada do presidente no Patriota voltou à cena após filiação do seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (RJ), que deixou o Republicanos. A questão gerou conflito interno, sob acusação de golpe e irregularidades, o que tenta ser apaziguado agora, ainda sem êxito.

Racha II
O impasse envolve ainda a manutenção do controle de alguns diretórios estaduais e municipais. O grupo de Bolsonaro quer formar palanques estaduais e bancadas da Câmara e do Senado com nomes alinhados às bandeiras do presidente.

Insegurança
Hoje, a chance de a filiação não vingar é exatamente a falta de consenso interno, para evitar insegurança partidária e culminar no mesmo cenário encontrado no PSL, que terminou em brigas e na saída do presidente do partido. No Espírito Santo, a legenda mudou completamente de lado e perfil. No caso do Patriora, veremos os desdobramentos!

Discursos
Assim como Favatto e Dary Pagung, defenderam com ênfase o governo Casagrande nesta segunda-feira, no caso do álcool em gel, os deputados Luciano Machado (PV), Marcos Garcia (PV), Janete de Sá (PMN), Bruno Lamas (PSB) e Freitas (PSB).

Discursos II
Ao contrário, dispararam críticas, entre elas até sugestão de CPI, Torino Marques (PSL), Assumção (Patri), Carlos Von (Avante), Theodorico Ferraço (DEM) e Sergio Majeski (PSB).

Nas redes
“Dizer que a Reforma da Previdência combateu a máfia dos privilégios é um escárnio!”. Vereadora de Vitória Camila Valadão, do Psol, sobre declaração do prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos) em evento público.

FALE COM A COLUNA:


Patriotas destoantes

No partido comandado por Rafael Favatto no Estado, as lideranças, definitivamente, não falam a mesma língua


https://www.seculodiario.com.br/socioeconomicas/patriotas-destoantes


‘Não dá liga’

À medida que a pandemia e seus contornos políticos avançam, se acentuam as diferenças gritantes entre Assumção e Favatto


https://www.seculodiario.com.br/socioeconomicas/nao-da-liga

Mais Lidas