Blocos de Casagrande e Pazolini não brincam em serviço, e 2026 chega com uma pressa incrível

As movimentações das peças do tabuleiro político de 2026 seguem a todo vapor no Estado, principalmente nos dois blocos antagônicos que estarão em disputa, do governador Renato Casagrande (PSB) e do prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos). Os capítulos já deixaram de ser exclusivos do tête-à-tête político e ganham os discursos públicos, em solenidades e inaugurações, valendo-se, para tanto, das duas máquinas públicas ao dispor das lideranças em questão: as gestões estadual e municipal. Citei aqui, na coluna passada, a fala do presidente do Republicanos, Erick Musso, em evento para assinatura de ordem de serviço de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), cheia de entrelinhas ao campo oposto e exaltações a Pazolini. Aliados de Casagrande também já usam de estratégia semelhante, e assim a disputa vai se consolidando, com uma distância surpreendente do pleito. Na Assembleia Legislativa, o deputado estadual Mazinho dos Anjos (PSDB), claramente, assumiu a meta de investir no desgaste à prefeitura. Tem feito críticas sucessivas e em diversas áreas. Nessa segunda-feira (7), foi a vez de denunciar um incêndio no Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) em Bairro República e os alagamentos na Capital. Aliado da primeira fileira de Casagrande, não assumiu essa postura à toa. Até debandada de prefeitos do Republicanos já faz parte do enredo, como se a eleição municipal não tivesse terminado outro dia, ali em outubro de 2024. Tudo bem que vários atores envolvidos são adeptos das corridas de rua, que também entraram no jogo eleitoral, mas gente, que pressa é essa?
Recados
Vale repetir frases de Erick desse sábado (5), em São Pedro: “esse é o verdadeiro espírito público que nós precisamos ter, de não fazer política perseguindo as pessoas, sob o olhar da desconfiança, da chantagem e da pressão”; “precisamos fazer política dialogando, conversando, construindo, mas não em torno de um beneficio próprio”; Vitória, sob liderança de Pazolini, tem sido uma luz no fim do túnel para o Estado e o Brasil”.
Recados II
O discurso ocorre em meio à debandada que citei na nota lá de cima. O Republicanos elegeu oito prefeitos no pleito municipal e três já saíram, sob alegação de que querem caminhar com Casagrande: Peter Costa, de Mimoso do Sul; Dalton Perim, de Venda Nova do Imigrante; e Fernando Camiletti; de Sooretama. E não parece que vai parar por aí…
Mesa frenética
Erick também mantém uma agenda extensa com lideranças. Nessa segunda, sentou-se com os deputados federais do PP, sigla que, por ora, está no arco de Casagrande. Foi um “café e diálogo produtivo” com o presidente do PP no Estado, Da Vitória, como publicado nas redes, e mais uma rodada com Evair de Melo. Ambos são cotados ao Senado, mas tem diferenças: o primeiro também é próximo do governador e, o outro, oposição ferrenha.
Todos a postos
Do lado de Casagrande, a máquina tem feito investimentos pesados no vice-governador, Ricardo Ferraço (MDB); e nos prefeitos de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (de saída do Podemos), e de Cariacica, Euclério Sampaio (MDB), que integram a lista palaciana à sucessão. Muitos eventos oficiais, obras e holofotes, somados, também, a discursos com direção certa para Pazolini.
Todos a postos II
Ricardo passou uma semana à frente da gestão estadual e, além das obras, tem garantido interlocução com a área que tem influência, do empresariado. Toda semana, aparece em um ou mais eventos com os grupos dos poderosos e onde tem voto…
Todos a postos III
…Arnaldinho virou a dupla de Casagrande na nova aposta eleitoral que tenta atrair uma camada mais jovem: corridas, eventos esportivos e afins. Também abocanha alta parcela de recursos para o município, assim como Euclério, mantendo o ritmo já em curso desde antes das eleições e que garantiu a eles votações para lá de expressivas na disputa de 2024.
Mais um
Não dá para esquecer que faz parte dessa lista, ainda, o ex-prefeito da Serra Sergio Vidigal (PDT), agora secretário estadual de Desenvolvimento, pasta estratégica e que serve de relevante vitrine política. Ele também tem sido presença constante em eventos e se mostra nas redes sociais com perfil mais leve, em momentos de lazer e com familiares, além de abordar sua profissão de médico, numa tentativa de se aproximar mais do eleitorado.
Em aberto
A curiosidade geral dos bastidores políticos é saber qual deles chegará em 2026 “melhor na foto” para assumir essa empreitada. Do jeito que a corrida está veloz, é capaz de o mistério se revelar até antes! Por agora, a pergunta é: para onde vai Arnaldinho Borgo, depois de deixar o Podemos? Que o prefeito ficará pelos partidos da base aliada, todo mundo sabe! Mas qual deles levará essa carta hoje disputadíssima pelo mercado? Apostas abertas!
Nas redes
“Bate-papo bacana com o empresário e professor, Aridelmo Teixeira. Conversamos sobre a política capixaba e sobre o desenvolvimento do Espírito Santo”. Callegari, deputado estadual pelo PL, com o presidente estadual do Novo, em mais uma conversa para tentar se cacifar na disputa ao Senado em 2026.