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Dupla do equilíbrio

Articulações para escolha do secretário da Saúde geram reações e impulsionam movimento em defesa da permanência de Tadeu Marino e Reblin

Sesa

As articulações para escolha do novo secretário de Estado da Saúde, que nos últimos dias destacaram o nome do ginecologista e obstetra Remegildo Gava Milanez, provocam reações negativas nos bastidores, principalmente entre grupos de médicos que apoiaram a reeleição do governador Renato Casagrande (PSB). Além de representante do setor privado, inclusive como empresário, Remegildo foi indicado pelo presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM-ES), Fabrício Gaburro, apoiador e financiador do candidato bolsonarista e adversário do governador, Carlos Manato (PL). Embora também com aval do “grande conselheiro” da próxima gestão, o vice-governador Ricardo Ferraço (PSDB), a indicação está longe de ser considerada agregadora, o que manteria a pasta como um grande abacaxi para o governador descascar. O cenário tem impulsionado um movimento em defesa da permanência do atual secretário interino, Tadeu Marino, e do subsecretário de Estado de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin. O entendimento é de que, ao contrário de Remegildo e do atual secretário, Nésio Fernandes, alvo constante de críticas de médicos e do próprio CRM-ES, a dupla que está no comando é a ideal para manter afastados os acirramentos que geraram desgastes ao governo, como tem sido registrado desde a substituição de Nésio por Tadeu, sem falar que acumula experiência indiscutível e de respeito no setor público. E aí, Casão, vai arriscar?

Situação
Para refresco de memória, no segundo turno eleitoral, um grupo de mais de 1,5 mil médicos declararam apoio a Casagrande não só em forma de manifesto, mas também com ações de campanha nas ruas. O movimento fez frente a grupos bolsonaristas que dominam a categoria, eleitores, portanto, de Manato.

Oposição
O presidente do CMR-ES foi, inclusive, um dos principais doadores de campanha do candidato da oposição, com R$ 25 mil. A possível nomeação de Remegildo como secretário tem sido exaltado e comemorado exatamente por ele e esse bloco de profissionais.

Munições
O CRM-ES foi protagonista de várias investidas contra o governo e o secretário Nésio durante a gestão da pandemia, como o apoio à invasão aos hospitais no auge da transmissão da doença e ao tratamento precoce defendido pelo Governo Bolsonaro, contestado e sem comprovação científica. Segue fazendo duras críticas, como de que houve a “desconstrução da saúde pública pela Sesa nos últimos anos”.

Só mudou o ‘piloto’
No primeiro ano da crise sanitária, o presidente do Conselho era Celso Murad. Gaburro assumiu no início de 2021. A posição se mantém.

Cotado
No início de novembro, tratei aqui na coluna do troca-troca na Sesa e, na ocasião, o nome que circulava era do deputado estadual Emilio Mameri, que não conseguiu se reeleger. Médico, do PSDB, partido aliado ao governo, e também com experiência em gestão na Saúde (já atuou com diretor do Hospital das Clínicas e foi secretário da pasta em Vitória), a opção parecia ser bem aceita internamente. Mas, tudo indica que, por ora, Mameri saiu da cena principal.

Brasília
Enquanto isso, Nésio Fernandes atua na equipe de transição do Governo Lula, com possibilidade de atingir seu objetivo de ocupar um cargo no Ministério da Saúde. Quadro do PCdoB e presidente do Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass), essa intenção já circulava há tempos no mercado, ganhando ainda mais força com sua nomeação na equipe, efetivada neste mês. Para o governo ele não volta, isso é mais do que certo.

Na mesma

Nesta segunda, Casagrande anunciou a permanência nos cargos do secretário da Fazenda, Marcelo Altoé, e do procurador-geral do Estado, Jasson Amaral. No novo governo, como afirmou logo após reeleito, alguns sairão ou trocarão de posição e outros seguirão com suas cadeiras. 
Superpoderes
Voltando a Ricardo Ferraço, se o vice emplacar também a pasta de Saúde, vou te dizer, hein!! Já não basta ser secretário de Desenvolvimento e comandar os destinos das importantes áreas de Agricultura e Meio Ambiente?

Superpoderes II
A propósito, tratando-se do Espírito Santo, dominado por grandes projetos e poluidoras, colocar Desenvolvimento, Agricultura e Meio Ambiente nas mãos de Ferraço, reconhecido representante do empresariado, é de causar arrepios. A conferir!

Nas redes
“Meus cumprimentos ao agora presidente diplomado Lula e ao seu vice Geraldo Alckmin. Em Brasília nesta tarde, participei da Cerimônia de Diplomação, momento importante e histórico da democracia brasileira”. Renato Casagrande, governador do Estado pelo PSB.

Fale com a coluna: [email protected]


‘Uni-duni-tê’…

Pasta da Saúde em debate: além de Nésio Fernandes e Tadeu Marino, outro nome surge nos bastidores: Emilio Mameri


https://www.seculodiario.com.br/socioeconomicas/uni-duni-te

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