Mazinho acusa quiosques demolidos na Vila Rubim de tráfico de drogas e os políticos que lá estiveram de defender a ação ilegal
Duas semanas após a demolição imposta pela gestão de Lorenzo Pazolini (Republicanos) a doze quiosques na Vila Rubim, Centro de Vitória, sem qualquer diálogo, o deputado estadual Mazinho dos Anjos (PSDB) resolveu retomar o assunto em discurso na sessão desta terça-feira (25), da Assembleia Legislativa, mas não só exaltou a ação do prefeito, como acusou todos de crime. “Os boxes eram usados única e exclusivamente para tráfico de drogas”, atacou, dizendo que, recentemente, teve oportunidade de passar por lá e constatar a situação. Ignorando os relatos de pessoas que dependiam do local para garantir seu sustento, como divulgado em veículos de imprensa, inclusive aqui, neste Século Diário, o deputado reiterou que “não são comerciantes, muito pelo contrário, ninguém paga imposto”. Já os políticos que foram ao local para ouvir os trabalhadores prejudicados e suas demandas, segundo o deputado – sem citar nomes -, “defendem o tráfico de drogas”. A manifestação de Mazinho, como destacou, é para se contrapor às críticas feitas até agora à ação. “Nenhuma voz parabenizou o prefeito pela demolição, que era objeto de venda de droga”, repetiu. Os comerciantes da Vila Rubim, “os legítimos”, na visão do deputado, “estão aplaudindo a prefeitura em silêncio – porque têm medo”, acrescentou, sinalizando que fala com muita propriedade, porque “seu avô foi o comerciante mais antigo da área e ele frequenta a Vila Rubim desde que nasceu”. Essa última parte é a que menos importa e vem ao caso. Já as acusações, sim, são generalizadas e graves, gravíssimas!
Alguns nomes
Além do presidente da Associação de Comerciantes da Vila Rubim, Rubens da Silva Ferreira, que deu seu depoimento a Século Diário, outros veículos, como A Gazeta, também mostraram nomes, como das comerciantes Nágila Diniz Belisário, que vendia churrasquinho há cinco anos em um dos quiosques demolidos, e Maria da Penha Ribeiro, que trabalhava na Vila Rubim há 30 anos e vendia lanches. O discurso de Mazinho, desta maneira, atinge a todos.
Alguns nomes II
Dos políticos, há postagens nas redes sociais. O primeiro a comparecer ao local foi o vereador André Moreira (Psol), que depois fez requerimento de informação à prefeitura. Também esteve por lá a vereadora Karla Coser (PT). A deputada estadual Camila Valadão (Psol), colega de plenário de Mazinho, foi outra que criticou a ação, chamando-a de desumana. Alguém mais?
Nem aí
Sobre não pagar nada, como pontuou o deputado, Rubens da Silva Ferreira disse a Século Diário: “Nós pagamos todo mês a taxa para a prefeitura, que agora é de R$ 74,30. Pagamos energia, vigilância”. Os comerciantes, importante relembrar, não foram realocados em outro lugar. Também não se sabe, até hoje, o que acontecerá com os outros quiosques. A prefeitura não está nem aí.
Incompetência
A propósito, fica a pergunta: desde quando demolir quiosques acaba com o tráfico de drogas da cidade? Só tenta esconder o problema debaixo do tapete e demonstra, mais uma vez, incompetência da gestão.
2 de 30
De volta ao auxílio-alimentação, mais um dia de silêncio total no plenário da Assembleia e apenas duas manifestações públicas: Camila Valadão (Psol) e Lucas Polese (PL), ambos nas redes sociais. A considerar o cenário atual, serão os únicos a não requisitar os mais de R$ 1,8 mil como “engorda” aos já elevados salários de R$ 31,2 mil?
Discrepâncias
Enquanto isso, os servidores públicos do Estado seguem na luta para tentar sair dos R$ 300 de auxílio, congelado há anos. A Secretaria de Gestão e Recursos Humanos (Seger) anunciou que o valor passará para R$ 550. Sindicatos representativos, como o Sindipúblicos, Sindisáude e Sindiupes, querem, pelo menos, R$ 600 – ainda abaixo da cesta básica, de R$ 709.
Discrepâncias II
O tema foi tratado em mesa de negociação nessa segunda-feira (24). O Sindipúblicos protesta que o auxílio dos servidores estaduais não pode ser inferir aos de prefeituras, nem tão distante de outros poderes, como da própria Assembleia. Assim, cobra agora 100% do valor e a manutenção de diálogo para reajuste escalonado.
Equipe
A ativista e integrante do Coletivo Beco, Crislayne Zeferina, com atuação no Território do Bem, em Vitória, vai trabalhar ao lado da secretária das Mulheres, Jacqueline Moraes (PSB). Ela foi nomeada como subgerente da pasta, criada este ano. Crislayne foi candidata, sem êxito, a deputada federal no ano passado, pela Rede Sustentabilidade.
Nas redes
“(…) Cinco meses do massacre em Aracruz. Um crime bárbaro que interrompeu a vida de Cybelle, Flávia, Penha e Selena. Registramos aqui nossa solidariedade aos familiares e amigos das vítimas e nos somamos ao movimento que pede por justiça e reparação”. Camila Valadão, deputada pelo Psol.
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