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Efeito ‘anti-Moro’

Apesar das atuais tensões entre PT e PSB, senador Fabiano Contarato segue fora da lista de candidatos ao governo

Divulgação

Críticas, polêmica nas redes sociais, notas oficiais…as tensões registradas no Estado desde a véspera da visita do presidenciável Sergio Moro (Podemos), na última sexta-feira (11), ainda causam turbulências no mercado político local e nacional. O ponto crucial, o encontro entre o ex-juiz e o governador Renato Casagrande, considerado peça chave nas negociações que se arrastam há meses entre o PSB e o PT, e que envolvem o apoio ao ex-presidente Lula nas eleições de outubro deste ano. Casagrande tratou a visita como protocolar, o PT ficou furioso, afinal, Moro é considerado o “algoz” de Lula, e chegou-se a cogitar o enterro definitivo da possível parceria. Apesar das insatisfações e ruídos, porém, nada se alterou, por ora, no cenário. Na noite desse domingo (13), com os ânimos ainda exaltados, um dos vice-presidentes do PT e coordenador do Grupo de Trabalho de Acompanhamento dos Estados, deputado federal José Guimarães (CE), informou à Folha de S.Paulo que o partido terá no máximo dez candidatos a governador, considerando a prioridade número um de garantir apoios ao palanque de Lula. Depois, na ordem, vêm as candidaturas à Câmara dos Deputados e, então, ao Senado. O quadro apresentado joga luz em Fabiano Contarato, filiado recentemente ao partido. A polêmica Moro-Casagrande o colocou novamente no centro da mesa, com defesas de uma candidatura própria para marcar território na corda esticada com Casagrande. Mas, por enquanto, ele segue fora da restrita lista dos planos do PT nos estados. A saber, nos próximos dias: o atual incêndio será apagado pelos bombeiros de plantão ou Contarato ainda pode vir por aí??

Mais reações
Depois das declarações diretas da presidente estadual do PT, Jackeline Rocha, o PT capixaba divulgou nota nesse domingo (13), em que aponta a postura de Casagrande, secretário-geral do PSB nacional, como “lamentável e equivocada”.

Mais reações II
O ex-juiz é apontado pelo partido como “responsável pela viabilização da extrema direita fascista e de concepções altamente reacionárias; instrumento de interesses imperialistas; ex-servidor do governo de Bolsonaro; e partícipe direto da montagem política e econômica que levou o país ao caos que se encontra”.

Hã?
Também merece atenção, nessa guerra instalada, as repetidas falas à imprensa do presidente estadual do Podemos, Gilson Daniel, secretário e aliadíssimo de Casagrande, que trata como se fosse a coisa mais coerente do mundo, um apoio do governador aos palanques presidenciais de Lula, Moro e Ciro Gomes (PDT), preservando, assim, as alianças locais. Esquizofrenia política, no mínimo.

Hã II?
Gilson Daniel reiterou esse projeto após a visita de Sergio Moro, o que deixa a pulga atrás da orelha sobre as conversas e planos do próprio Casagrande. Ele ainda não abraçou a aliança com Lula, é contra a formação de uma federação, e, certo momento, chegou a defender Ciro Gomes. O resto, até agora, tem sido mantido a sete chaves.

Lista
Os candidatos do PT a governador anunciados até agora são: Jaques Wagner, na Bahia; Rafael Fonteles, Piauí; Fátima Bezerra, Rio Grande do Norte; Edegar Pretto, no Rio Grande do Sul; Anselmo de Jesus, Roraima; Décio Lima, em Santa Catarina; Fernando Haddad, em São Paulo; Rogerio Carvalho, em Sergipe; Paulo Mourão, Tocantins; e “Zeca do PT”, Mato Grosso do Sul.

Lista II
O número só foi tão baixo assim na disputa de 2010. No último pleito, em 2018, o partido lançou 16 candidatos a governador, incluindo Jackeline Rocha no Espírito Santo, e elegeu somente quatro, todos no Nordeste – Ceará, Bahia, Piauí e Rio Grande do Norte. Por aqui, Jackeline ficou em terceiro lugar, com 7,3% dos votos.

Esquerda
Em meio aos burburinhos PT-PSB, chegará a Vitória nesta sexta-feira (18), o presidente nacional do Psol, Juliano Medeiros. A visita pretende alinhar estratégias para derrotar Jair Bolsonaro, entender o cenário local para as eleições deste ano, e abrir diálogo com outros partidos de esquerda e movimentos sociais. Nesse campo, mais uma questão: o Psol capixaba resiste há anos em se aliar ao PT.

Esquerda II
A comitiva do Psol também inclui outros dirigentes nacionais e ainda não definiu a agenda na Capital capixaba. O grupo vai circular por outros estados do Sudeste, como São Paulo (dia 14), Rio de Janeiro (15) e Belo Horizonte (17). Depois, partirá para o Nordeste e Norte, nos próximos meses de março e abril, respectivamente.

Nas redes
“Inadmissível! Será coincidência que no meio dos apoiadores do inconstitucional projeto de lei contrário ao passaporte sanitário a gente tenha um símbolo nazista? Será coincidência que o símbolo nazista usado na data de hoje apareça em outros momentos recentes desses apoiadores do caos?”. Karla Coser, vereadora de Vitória pelo PT.

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