Esforço de aliados em receber o “selo Bolsonaro” e articulações opostas devem manter Hartung longe de palanques nas eleições do Estado
Um dos principais personagens em defesa da terceira via no País, com incontáveis declarações públicas de “nem Bolsonaro, nem Lula”, muitas críticas à atual gestão federal, e ainda protagonista de sucessivos movimentos para tentar emplacar outros nomes na disputa presidencial, o ex-governador Paulo Hartung (sem partido) deve se manter somente nas articulações de bastidores no pleito no Espírito Santo, como tem feito até agora. Isso porque, seus aliados que estão no páreo ao Palácio Anchieta, que chegaram a debater alianças, porém até agora sem êxito, estão bem longe dessas narrativas. São três principais: o ex-prefeito de Linhares Guerino Zanon (PSD), o presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso (Republicanos), e o ex-prefeito da Serra Audifax Barcelos (Rede). Os primeiros passaram a adotar como estratégia exatamente o oposto: vender para o eleitorado o título de “bolsonarista desde criancinha”, com direito à declaração de votos, uso das cores verde e amarelo, e fortes investidas na área evangélica e conservadora. Já Audifax faz discurso em cima do muro, “nem direita, nem esquerda”, repete o “nem Lula, nem Bolsonaro”, e diz que não vai entrar nesse assunto, porém, na prática, também se mostra mais alinhado ao mesmo grupo. Sem falar em outro obstáculo: formou, após decisão das nacionais, federação com o Psol, que não se mistura com Hartung, e vice-versa. Interessado, sem dúvida, em derrotar seu adversário, Renato Casagrande (PSB), o cenário traz embaraços para Hartung. Caso queira, mais adiante, encarar os holofotes e palanques, pecará, no mínimo, pela incoerência. Quero só ver…
Só vai na boa
As participações de Hartung em pleitos, sem ser nas internas, são sempre uma incógnita. O ex-governador fica distante de candidaturas derrotadas, para não respingarem na imagem que gosta de propagar, de “político dos sonhos” e que nunca perdeu sequer uma eleição. Mas, na última (2018), vale lembrar, ele correu de um novo embate com Casagrande.
Jogadas à la PH
Este ano, em suas articulações por cima, pela imprensa nacional, PH foi cotado a todos os cargos da majoritária e, por meses, incensado. Também se filiaria ao PSD. Acabou sem candidatura e sem partido. Nos bastidores, entretanto, ninguém tem dúvida das intensas movimentações e estratégicas do ex-governador.
Disparo
Por falar em Audifax, ele também resolveu gravar vídeo sobre a prisão do ex-secretário de Estado da Fazendo Rogélio Pegoretti, assim como fizeram Carlos Manato (PL) e Aridelmo Teixeira (Novo). O tom foi no sentido de tentar responsabilizar Casagrande, a quem cabe escolher a equipe de governo. Cola?
Recuo
O tempo passou e foi, de fato, o remédio para o ex-prefeito de Colatina Sergio Meneguelli (Republicanos). A candidatura ao Senado está mantida, com aval do presidente nacional da legenda, Marcos Pereira, que, tempos atrás, queria eliminá-lo do processo, após ter feito críticas ao conservadorismo, principal bandeira da legenda.
Silêncio
O pastor e vereador de Vila Velha, Devanir Ferreira, quem colocou a boca no trombone contra Meneguelli, tanto no plenário do legislativo municipal quanto nas redes sociais, não se manifestou sobre a manutenção da candidatura. Na época, há um mês, além de esbravejar contra a entrevista concedida pelo ex-prefeito ao ES360, Devanir soltou: “decepção tem nome”.
Votos
Apesar das insatisfações geradas pelo ex-prefeito, abrir mão de sua candidatura significaria, também, deixar de contar com um concorrente em potencial ao Senado, pelo menos, como indicam as primeiras pesquisas sobre a disputa. A conversa que bateu o martelo deve ter passado por aí. Além de Pereira, participaram Erick, o deputado federal Amaro Neto, e o presidente estadual do Republicanos, Roberto Carneiro.
Noiva cobiçada
A Cadeeso (Convenção das Assembleias de Deus no Estado do Espirito Santo e outros) se mantém cada vez mais no radar dos candidatos deste ano. Erick Musso está sempre por lá, e, nesta semana, no mesmo dia, a presença notada foi do ex-secretário de Estado de Segurança, Alexandre Ramalho (Podemos), que tenta a candidatura ao Senado na chapa de Casagrande.
Bonecos de cera
A tecnologia evolui o tempo todo, o marketing político também, mas ainda não deram fim às fotos que deformam os rostos de políticos nas redes sociais e em materiais de campanha. É cada uma…quase inacreditável!
Nas redes
“A luta só termina quando o piso salarial nacional da enfermagem virar lei! Estou conversando com Rodrigo Pacheco [PSD-MG], presidente do Congresso Nacional e do Senado, e com Arthur Lira [PP-AP], presidente da Câmara dos Deputados, para que seja imediatamente promulgada a PEC 11 e que o PL 2564 seja enviado com celeridade à sanção da Presidência da República”. Fabiano Contarato, senador pelo PT.
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