Dois meses depois e com demanda sobrando, Marcelo Santos sinaliza instituir comissões da Assembleia

Dois meses após tomar posse para mais um biênio como presidente da Assembleia Legislativa, o deputado estadual Marcelo Santos (União) sinalizou, na sessão desta quarta-feira (2), que vai, enfim, instituir as 18 comissões permanentes da Casa. A demora, que me lembre inédita, tem prejudicado os trabalhos, com acúmulo de demandas e mais de mil projetos empacados. Depois de sucessivos adiamentos, Marcelo, mais uma vez, não cravou a data exata, mas declarou: “acredito que semana que vem, finalizados os ajustes, as comissões serão restabelecidas, para que a Assembleia retome 100% de suas atividades”. Ele também antecipou o discurso sobre a questão após longo período de impasse. “Nenhuma comissão é maior ou menor no que tange à importância, todas têm papel fundamental”, ressaltou, desejando, por fim, “sucesso” aos nomes que serão colocados nas funções de liderança. De maneira geral, a maioria das comissões não vai sofrer alterações – algumas, na verdade, até precisariam! O problema persistente teria ficado restrito aos colegiados de Saúde e Cooperativismo. Esses espaços legislativos, como se sabe, servem de vitrine eleitoral, e muitos deputados já se movimentam para as eleições de 2026. Justifica a situação se arrastar até hoje? De forma alguma! Marcelo Santos, como presidente, já deveria ter resolvido isso há muito muito tempo. Há de convir…
Impasse
Na de Saúde, o atual presidente é Bruno Resende (União), e quem reivindicou a cadeira foi o recém-chegado à Assembleia Fábio Duarte (Rede). Em meio às negociações, Duarte chegou a ensaiar ir para a oposição, mas recuou. Ambos são da base do governador Renato Casagrande (PSB), que influi nas definições.
Impasse II
Na de Cooperativismo, está à frente Allan Ferreira (Podemos), da situação, que pretende continuar na função, mas é ameaçado pelo bolsonarista Callegari (PL), do campo de oposição.
‘Manobra’
Enquanto os nós não desatavam, Marcelo Santos manteve as composições das comissões instaladas de 2023 a janeiro deste ano, evitando, assim, que a Assembleia parasse de vez, sem votações, como inicialmente ocorreu. Na Rádio Corredor, há quem diga, porém, que se tratou de uma manobra regimental. No aguardo dos próximos capítulos…
Tête-à-tête
O deputado estadual João Coser (PT), que se articula desde o ano passado para a eleição interna do PT, se reuniu em Brasília com o candidato de Lula à Presidência da Nacional, Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara (SP). “Seguimos firmes pelo fortalecimento do nosso partido em todo o País!”, exaltou nas redes sociais.
Consenso?
Por aqui, como já analisado nesta coluna, Coser é considerado candidato nos bastidores, e a atual presidente, Jack Rocha, é a concorrente natural à reeleição. Mas há um movimento em prol de um consenso, que fuja do acirramento já registrado em vários estados e municípios do País. A conferir!
Meta difícil
Derrotado na eleição à Prefeitura de Viana por uma bolada – 92,40% do prefeito reeleito, Wanderson Bueno (Podemos), contra 5,22% – Fabrício Machado segue no comando do Partido Verde (PV) no Espírito Santo. A eleição foi feita em convenção estadual, e a meta da legenda será construir chapas competitivas de federal e estadual para as eleições de 2026. O obstáculo é a falta de quadros…
Cadeiras
O PV, como se sabe, padece de lideranças e ocupa poucos espaços políticos. Entre eles, três vereadores, que também compõem a Executiva Estadual – César Lucas, em Cariacica, o vice-presidente; Luiz Paulo Amorim, de Vitória, secretário de Relações Institucionais; e Stefano Andrade, da Serra, secretário de Administração.
Contradições
Outro ponto a ser definido, lá na frente, passando pela Nacional, será a permanência do partido Federação Brasil da Esperança, composta ainda por PT e PCdoB. Em Cariacica, principalmente, esse cenário deu ruídos e polêmicas. Filiados ligados a César Lucas ficaram do lado do prefeito reeleito, Euclério Sampaio (MDB), tendo a petista Célia Tavares (PT) como concorrente.
Nas redes
“Governar é estar presente e trabalhar lado a lado fazendo a diferença na vida das pessoas. Receber essa homenagem [líder municipalista] da Amunes e o reconhecimento dos prefeitos e do meu irmão Casagrande só reforçam e estimulam o meu compromisso com os municípios capixabas (…)”. Ricardo Ferraço, vice-governador pelo MDB, e os holofotes antecipados para a disputa ao Palácio Anchieta de 2026.