Berros bolsonaristas só fizeram, mesmo, barulho. Camila Valadão é, oficialmente, presidente da Comissão de Direitos Humanos
Apesar das ameaças e berros bolsonaristas, Camila Valadão (Psol) foi declarada nesta terça-feira (28), agora oficialmente, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa. Com a entrada de João Coser (PT) no colegiado um dia antes, a vitória já era certa, faltando apenas efetivar a votação, fechada em 3 x 2. Do lado de Camila, a vice, Iriny Lopes (PT), e Coser. Do outro, Capitão Assumção, como cabeça de chapa, e o vice Lucas Polese, ambos do PL. Os dois fizeram bastante barulho nos últimos dias, inclusive na véspera da votação, como citado aqui na coluna passada, quando levaram uma torcida organizada para as galerias do plenário, repetindo o conhecido discurso de defesa do “direito dos manos” para desqualificar a adversária. O efeito, porém, ficou restrito ao próprio grupo político da extrema direita. Na primeira movimentação para “tomar” o colegiado, valendo-se de uma ausência de Iriny, Assumção e Polese não encontraram apoio do plenário. Depois, perderam na articulação com Allan Ferreira (Podemos), que seria o voto de minerva e deixou a comissão. Veio, então, a medida final executada por Dary Pagung (PSB), líder do maior bloco partidário formado na Casa, ao escalar Coser, e liquidar a questão. Mas, volto a dizer: a comissão não terá vida fácil no seu papel de debater e impedir inúmeras violações registradas no Estado. Assumção e Polese continuarão na área, como membros efetivos, e, sem dúvidas, dispostos a tudo. A “temporada” promete.
Espaço
Camila exaltou sua vitória nas redes sociais como “uma importante conquista coletiva e uma derrota dos resquícios do bolsonarismo em nosso Estado”.
Grupos prioritários
E emendou: “os conservadores até tentaram ocupar a Comissão no grito e na produção de fake news, mas nós batemos o pé e nos movimentamos para ocupar esse espaço tão importante para a população capixaba, em especial, para as mulheres, negras e negros, LGBTI+, pessoas com deficiência e tantos outros grupos oprimidos”.
Mulheres
Já Iriny destacou o fato de o colegiado ser comandado por mulheres e “que têm, de fato, compromisso com os direitos humanos!”, e não “por quem procura fazer demagogia para inflamar suas bases”. A deputada diz esperar que “possamos produzir e entregar aquilo que a sociedade precisa”.
Divisões
Nas suplências, o campo tem deputados da base, mas “sobram” os bolsonaristas. Do bloco de Dary, Denninho Silva (União) e Tyago Hoffman (PSB). Os demais são Pablo Muribeca (Patriota), Alcântaro Filho (Republicanos) e Callegari (PL).
Coro
Alcântaro e Callegari, aliás, também fizeram parte do momento da sessão dessa segunda-feira, quando ocorreria a votação, em que os bolsonaristas aproveitaram para fazer a festa com o tema, assistidos por apoiadores nas galerias e pelo deputado federal Gilvan da Federal (PL), que protagonizou diversos ataques absurdos contra Camila na Câmara de Vitória.
Imagina!
Em síntese, a tese dos bolsonaristas, destacada por Polese no plenário, é que eles, sim, “defendem os direitos humanos, desde a concepção” e “as verdadeiras vítimas de crimes bárbaros e hediondos”. Até o pastor Fabiano Oliveira, preso pelos atos golpistas realizados desde o segundo turno eleitoral, foi incluído como caso verdadeiro de violação aos direitos humanos. Imagina só…
Cri, cri, cri…
Na legislatura anterior, biênio 2021-2023, a Comissão de Direitos Humanos foi presidida pelo ex-deputado Luciano Machado (PV). O que foi feito de relevante, mesmo, nesse período? Pois é!
Última porta
Com a definição do colegiado, que viveu uma novela nos últimos dias, nada mais resta a ser formalizado na Assembleia Legislativa. Veremos o que vem por aí!
Nas redes
“Quero agradecer aos patriotas que marcaram presença na votação da Comissão de Direitos Humanos. Infelizmente não houve a votação, por manobra do desgoverno e da esquerda, mas o recado foi dado! Não iremos defender bandido, a Comissão de Direitos Humanos vai defender a vítima e não o agressor (…)”. Gilvan da Federal em mais um vídeo divulgado ao lado de Assumção, proibido de aparecer nas redes sociais por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
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Piada de mau gosto
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