Coser abre conversas com PDT e Rede para driblar isolamento em Vitória. PCdoB e Psol “estão em outra”
As discussões sobre a consolidação de uma frente para derrotar o bolsonarismo não dão nem sinal de eco nas eleições do Espírito Santo. Um dos três palanques prioritários do PT Nacional nas capitais do País, o ex-prefeito João Coser integra hoje um panorama que coloca o partido, pelo contrário, na condição de caminhar sozinho, assim como a previsão em outras 12 cidades brasileiras. Com as legendas de esquerda, PCdoB e Psol, que já lançaram seus pré-candidatos em Vitória, não há conversas sobre alianças. O primeiro até “daria liga”, mas tem a obrigação de apresentar nomes como cabeça de chapa este ano para tentar atingir a cláusula de barreira, o que não aconteceu em 2018. A situação é complexa e irá assumir essa missão, por aqui, o ex-vereador Namy Chequer. Já o Psol, que lançou o militante do movimento negro Gilbertinho Campos, mantém há anos as portas fechadas para o PT e assim permanecerá no pleito de novembro. As chances de Coser mudar essa configuração e não ficar “órfão”, estão depositadas, por enquanto, no PDT. O petista teria iniciado articulação com o deputado federal Sérgio Vidigal, candidato a prefeito na Serra e com quem tem histórico de parcerias, e também, como se comenta nos bastidores, com o diretório da Rede Sustentabilidade na Capital, partido do atual prefeito e adversário do pedetista, Audifax Barcelos. No caso do PDT, área mais propícia, já que não tem candidato na Capital, a Nacional já disse que caminhar com o PT não é prioridade, mas também não veta alianças. Na Rede, até segunda ordem, ainda está de pé a candidatura a prefeito do vereador Roberto Martins. Com o atual cenário e as duas últimas eleições, que foram duras para o PT, o que Coser conseguir amarrar já vai ser lucro.
Funil
Mas e a pré-candidata lançada pelo PT na Serra, a assistente social Fernanda Souza? Sairia do páreo. Como já dito aqui, Coser, Marília Arraes (Recife) e Major Denice (Salvador) são as principais apostas e metas da Nacional este ano.
Principal vitrine
Já a Rede, se abrisse mão de Roberto Martins como candidato a prefeito, ficaria “manca” na Grande Vitória, logo na Capital. Os palanques principais de Audifax são exatamente Martins; Vila Velha, com Rafael Primo; Cariacica, com o ex-deputado estadual Marcos Bruno; e a Serra, com o vereador Fábio Duarte na Serra, o nome da sucessão, apesar de algumas apostas contrárias.
Costuras
Em Vitória, tem ainda a mesa lucrativa de negociação com o PSB, do governador Renato Casagrande, que validou o nome do vice-prefeito Sérgio Sá, mas tem no mesmo grupo a candidatura do deputado estadual Fabrício Gandini (Cidadania). O PSB já fechou alianças com o PDT em cinco capitais do Sudeste e Sul. Como será aqui, com Vidigal?
Oposição
Tanto o PT quanto PDT e Rede estão inseridos no movimento Janelas pela Democracia, que defende o impeachment do presidente Jair Bolsonaro. No bloco, que reúne ainda PSB, PCdoB, PV e Cidadania, há costuras para alianças eleitorais, mas algumas “pernas” e lugares não acabam em casamentos de jeito nenhum. Que diga a Serra, com Audifax e Vidigal…
Destaque
As dificuldades do PT nas alianças, de um modo geral, seria devido à insistência de lançar quadros próprios, mesmo quando posicionados atrás de outras lideranças. Levantamento realizado pelo jornal O Globo diz que o isolamento ocorre em 13 das 26 capitais, incluindo campos importantes como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
Mais embate
O presidente da Câmara de Vitória, Cleber Felix (DEM), outro que garante ser candidato, disparou contra o prefeito Luciano Rezende (Cidadania) nesta quarta-feira (22) nas redes sociais. Ele diz que o governo depositou quase R$ 32 milhões na conta da prefeitura, que “está surfando no dinheiro”, e não prestou contas. E mais: Luciano só dialoga com lideranças comunitárias em troca de apoio a Fabrício Gandini, chamado por Clebinho de “beija anel”.
Sem negócio
Em Itapemirim, sul do Estado, os bastidores comentam que o prefeito Thiago Peçanha (Republicanos) quer vencer a reeleição por W.O. O único adversário, o médico Dr. Antônio Rocha (PP), teria sido procurado por seu grupo para uma possível negociação, mas negou de imediato, como dizem por lá.
Não deu as caras
A Câmara de Guarapari segue ignorada pela gestão do prefeito Edson Magalhães (PSDB). O secretário de Obras, Divaldilsom Ferreira dos Santos, não compareceu à Comissão de Finanças nessa terça-feira (21) para explicar projetos em execução da pasta. Foi convocado pela terceira vez, para esta quinta-feira (23). Veremos…
Não deu as caras II
Já o vice-prefeito e ex-secretário municipal de Turismo, Miguel Agrizzi (DEM), poderá ser conduzido coercitivamente para prestar esclarecimentos à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Shows, que investiga denúncias de irregularidades na realização de eventos. Ele também faltou e a Câmara diz que obrigará o depoimento por meio da Justiça.
PENSAMENTO:
“A voz da razão é baixa, mas, persistente”. Sigmund Freud