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Ganha-ganha

Arnaldinho Borgo leva mais uma em Vila Velha e, com reeleição de Casagrande, tem campo livre para pavimentar terreno até 2024

Hélio Filho

No dia 14 de outubro, portanto, metade do segundo turno eleitoral, perguntei aqui na coluna: qual liderança de Vila Velha, segundo maior colégio eleitoral do Estado, vai levar o último round das eleições? Pois bem: deu Arnaldinho Borgo (Podemos), de novo! O prefeito se empenhou na campanha do governador Renato Casagrande (PSB) como um dos seus principais cabos eleitorais, intensificou ações na reta final da votação, e emplacou um discurso que exaltava obras, “os maiores investimentos da história da cidade” – R$ 2 bilhões – e que “ninguém teve coragem de fazer nos últimos 487 anos”, além do “voto de gratidão”, como repetia em reuniões e carreatas. O cenário, que no primeiro turno tinha sido praticamente de empate entre Casagrande (43,80%) e seu adversário, Carlos Manato (42,49%), abriu campo no último domingo (30). O governador atingiu 51,93% e o candidato bolsonarista 48,07%. Uma diferença, em números, de pouco mais de 10 mil, que inicialmente nem é tão expressiva, mas passa a ser, como também já analisado aqui, considerando que o município se firmou, nos últimos anos, como uma espécie de símbolo do movimento bolsonarista capixaba. É o ponto de concentração de todas as manifestações locais dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), sem falar na ampla vantagem do mesmo em votações. Não à toa, foi, também, ponto estratégico e prioritário da campanha de Manato. Com esse ganha-ganha na cidade, Arnaldinho encontra, com reforço de Casagrande, campo livre para pavimentar terreno até 2024. Em jogo, seu projeto de reeleição.

Preferência
No primeiro turno, Bolsonaro ficou bem na frente de Lula (PT) na cidade canela-verde: 54,8% contra 36,2%. Na fase final da disputa, ampliou a distância, chegando a 60,92% – o petista subiu para 39,08%. Também ampliou sua votação geral do Estado, passou de 52,2% para 58,04%. No País, porém, foi derrotado.

Preferência II
Só para lembrar, o senador eleito Magno Malta (PL), mais um símbolo bolsonarista, também venceu sua principal adversária, Rose de Freitas (MDB), em Vila Velha, por 43,4% a 32%. Outro representante do grupo, Capitão Assumção (PL), liderou a votação à Assembleia.

Cenário favorável
Arnaldinho, como se sabe, levou a prefeitura com folga em 2020, e elegeu, neste ano, seu vice e aliado como campeão de votos no município. Em início de carreira, Dr. Victor Linhalis (Podemos) desbancou os ex-prefeitos Neucimar Fraga (PP) e Max Filho (PSDB).

Cenário favorável II
Linhalis recebeu 41,8 mil votos em Vila Velha, enquanto Neucimar 13,2 mil, e Max, 10,2 mil. Ocuparam, respectivamente, a quinta e sexta posições no próprio reduto, e nenhum dos dois foi eleito. O futuro deputado federal também foi cabo eleitoral de Casagrande.

Outra derrota
No segundo turno, como comentei aqui no dia 14, duas principais lideranças de Vila Velha voltaram a se enfrentar politicamente. Arnaldinho, com Casagrande, e Neucimar, com Manato. O ex-prefeito, que integrava a coligação do governador e ficou com a suplência na Câmara, mudou de lado, e atuou como um dos líderes da campanha bolsonarista. Mas, novamente, perdeu. Já Max Filho se manteve distante do pleito. A propósito, o que fará Neucimar nos próximos anos? A conferir!

Decisivos
A liderança de Casagrande em Vila Velha se repetiu nos principais municípios da Grande Vitória, incluindo os dois maiores colégios eleitorais, situações que foram decisivas para sua reeleição. O destaque em números foi da Capital, único que não teve apoio do prefeito, Lorenzo Pazolini (Republicanos), que é de oposição. O governador obteve 58,79% dos votos e seu adversário 41,21%.

Decisivos II
Em Cariacica, o placar ficou em 55,085 para Casagrande e 44,92% para Manato; na Serra, 57,64% e 42,36%; e em Viana, 56,02% e 43,98%. Nos demais municípios que completam a região, Fundão foi área de vantagem ainda mais ampla, 62,09% a 37,91%. Já em Guarapari, Manato levou. O candidato bolsonarista foi votado por 54,81% do eleitorado, enquanto Casagrande por 45,19%.

Em tempo
Os deputados bolsonaristas Torino Marques (PTB) e Carlos Von (DC) resolveram reconhecer, na sessão dessa terça-feira (1), a reeleição de Casagrande e de Lula à Presidência da República. Nos discursos feitos no plenário do legislativo estadual, teceram críticas, avisaram que a luta continua, mas desejaram “sucesso” e “boa sorte”.

Bloco
Danilo Bahiense (PL) também já tinha se manifestado no mesmo sentido, assim como Manato. Capitão Assumção (PL), ao contrário do habitual, está mais contido, pelo menos externamente. Nos demais campos bolsonaristas, pouco provável! Já o ex-senador Magno Malta (PL), adivinha? A cada vídeo, uma impulsionada a mais nas manifestações antidemocráticas que causam tumulto em todo o País.

Cada uma…
A propósito, importante registrar aqui, o curioso caso das urnas que são fraudulentas para eleger Lula, mas não os bolsonaristas e o próprio Magno. O senador eleito lançou suspeição nos votos dos petistas, logo após o resultado de domingo.

Rufem os tambores…

…o presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso (Republicanos), enfim, conduziu uma sessão ordinária até o final. Situação virou raridade desde o início do processo eleitoral deste ano.

Prévia
Por falar nisso, os deputados eleitos Mazinho (PSD), ex-vereador de Vitória, e Zé Preto (PL), empreendedor de Guarapari, acompanharam a sessão dessa terça. Os dois vão estrear na Assembleia Legislativa.

Nas redes
“Eu acho muito simbólico que os criminosos bolsonaristas que praticam atos ilegais estejam fazendo esse movimento no dia 2 de novembro – feriado de finados – é a metáfora perfeita para apoiadores de um presidente que foi responsável pela morte de milhares de brasileiros na pandemia”. Ethel Maciel, epidemiologista e professora da Ufes.

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Round final

Guardadas as devidas diferenças, 2º turno tem mais uma batalha canela-verde: Arnaldinho-Casagrande versus Neucimar-Manato


https://www.seculodiario.com.br/socioeconomicas/round-final

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